Antropólogo tenta barrar fiscalização em terra indígena no Pará

A Terra Indígena Ituna-Itatá, no Pará, teve recorde de desmatamento em 2019, de acordo com série histórica do governo.

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Publicado em: 17/02/2020 às 15:18 | Atualizado em: 17/02/2020 às 15:33

O antropólogo Edward Luz foi detido, nesse domingo (16), após tentar barrar uma ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e se recusar a deixar área da Terra Indígena Ituna-Itatá, no estado doo Pará.

Ele alegou que as fiscalizações haviam sido suspensas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. O ministro, por sua vez, disse não conhecer o homem e defendeu a ação do instituto. 

A Terra Indígena Ituna-Itatá, no Pará, teve recorde de desmatamento em 2019, de acordo com uma série histórica do governo, baseada em dados desde 2008.

Foi a maior área desmatada em quilômetros quadrados e o maior aumento percentual de 2018 a 2019 entre as demais terras monitoradas. 

Os dados que mostram as taxas anuais de devastação na terra indígena são do sistema Prodes, ligado ao governo federal e responsável por gerar dados oficiais de desmatamento no Brasil. 

Ituna-Itatá tem 142 mil hectares, está em processo de demarcação, e é protegida por uma portaria que estabelece “restrição de uso” desde 2011.

Isso significa que a área está reservada para estudos e não pode ter outra destinação.  

As pesquisas investigam a suspeita de que o local abrigue povos isolados, ou seja, indígenas que não têm contato com o resto da população nem com outras tribos. 

 

 

Desmatamento

Além dos dados anuais do Prodes, o G1 consultou o banco de dados do Instituto Amazônia e Sociedade (Imazon), que faz pesquisas sem fins lucrativos e inclui informações mensais sobre as terras indígenas.  

O nome dos locais varia de um banco de dados para outro, mas os dois mostram a situação da TI Ituna-Itatá. 

De acordo com o Imazon, a TI segue sendo alvo constante de desmatamento.  

A área degradada em Ituna-Itatá foi de 9 km³, três vezes maior do que o território Yanomami, que perdeu 3 km² de floresta em janeiro de 2020. 

De acordo com o Imazon, a TI segue sendo alvo constante de desmatamento.  

A área degradada em Ituna-Itatá foi de 9 km³, três vezes maior do que o território Yanomami, que perdeu 3 km² de floresta em janeiro de 2020. 

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Fotos: Divulgação/Ibama e Twitter/edwardluz