Apuí e Lábrea lideram em focos de queimadas da floresta na Amazônia

Para focar nos municípios mais problemáticos, governo federal anunciou a criação de três bases interfederativas

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 26/08/2024 às 20:02 | Atualizado em: 27/08/2024 às 10:45

Apuí e Lábrea, no sul do Amazonas, encabeçam a lista dos 21 municípios que concentram 50% dos focos de queimadas e incêndios na floresta da Amazônia. De acordo com Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), estão ainda na relação Canutama, Novo Aripuanã, Humaitá e Manicoré.

Para focar nos municípios mais problemáticos, governo federal anunciou a criação de três bases interfederativas para aumentar a cooperação entre União e estados no combate aos incêndios no bioma.

Elas vão funcionar nas regiões entre Porto Velho, em Rondônia, e Humaitá, no Amazonas, na abrangência da BR-319. As demais serão em Apuí, por onde passa a BR-230 (Transamazônica) e em Novo Progresso, no oeste do Pará, abrangida pela BR-163.

O secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, André Lima, reforça que são 21 municípios que concentram 50% de todos os focos de incêndios na Amazônia.

“E nós estamos separando em três regiões onde a gente quer instalar frentes multiagências interfederativas, ou seja, com órgãos federais e estaduais, e vamos chamar também órgãos municipais, para gente atuar sobre essas novas ignições de incêndio”, diz.

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A ministra Marina Silva afirma que é preciso parar de atear fogo.

“Mesmo colocando tudo que está à disposição dos governos estaduais e municipais, dos esforços privados e do governo federal, se não parar de colocar fogo em um período de temperatura alta, baixa umidade relativa do ar e ventos que vão até 70 km/h, não há como conter o fogo. Ações criminosas serão punidas com todo o rigor que a lei oferece”, afirma a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

“Se não tivéssemos reduzido o desmatamento em 45,7% de agosto de 2023 a julho deste ano, estaria uma situação incomparavelmente mais difícil”, completa Marina.

Com a retomada da governança ambiental desde 2023, Ibama e ICMBio atuam com mais de 3 mil brigadistas no país, incluindo 1.468 na Amazônia, onde a mudança do clima intensifica a pior seca em pelo menos 40 anos.

Foto: Marizilda Cruppe/Greenpeace