O Ministério Público Federal (MPF ) no Amazonas conseguiu na Justiça a condenação de três pessoas denunciadas por assalto à agência dos Correios no município de Rio Preto da Eva (a 80 quilômetros de Manaus), em janeiro de 2017.
Os réus, Luís César Paiva Machado, Valéria dos Santos Frutuoso e Marcelo Pires de Melo, foram condenados a penas que variam de 16 a 19 anos de prisão pelos crimes de roubo qualificado, cárcere privado e associação criminosa.
O emprego de arma de fogo e a restrição de liberdade das vítimas foram considerados fatores agravantes pela Justiça e resultaram na condenação de Marcelo Melo a 19 anos e 5 meses de prisão em regime fechado e 271 dias-multa.
Ele foi apontado na denúncia do MPF como responsável por assumir a direção dos táxis mediante ameaça aos motoristas e ter recebido, em sua casa, outros comparsas para reunião de planejamento do crime.
Luís Machado e Valéria Frutuoso foram condenados a 16 anos e 1 mês de prisão, em regime fechado, e ao pagamento de 224 dias-multa, o equivalente a quase R$ 7 mil.
Devolução do dinheiro roubado
O trio também deverá devolver conjuntamente o valor total roubado da agência e das vítimas, em valores atualizados, após a condenação transitar em julgado (sem possibilidade de recurso).
Durante o assalto, ocorrido em 10 de janeiro de 2017, os réus renderam funcionários e clientes usando arma de fogo, aguardaram o tempo de retardo do cofre da agência (15 minutos) e saíram do local com o valor de R$ 218.854,66 e pertences de vítimas que estavam no local no momento.
As vítimas relataram que foram trancadas e amarradas pelo grupo na sala da tesouraria.
Cárcere privado
A investigação mostrou ainda que o grupo manteve um taxista em cárcere privado para realizar o assalto e fugir em seguida.
Segundo a decisão judicial, a primeira tentativa ocorreu no dia 9 de janeiro e também envolveu o sequestro de outro taxista, mas o assalto não foi concretizado naquela data porque a agência dos Correios estava fechada.
Na sentença, a Justiça ressalta que o depoimento de um dos taxistas sequestrados mostrou-se consistente e foi confirmado pelas declarações de Valéria e pelas imagens das câmeras de segurança.
Modus operandis
Além disso, o modo como o trio agiu é o mesmo adotado por diversos grupos criminosos: roubos focados em pequenas cidades do interior, devido ao baixo contingente de policiais e grande opção de rotas de fuga, diferentemente das grandes cidades.
A ação tramita na 2ª Vara Federal do Amazonas, sob o número 0010516-24.2017.4.01.3200.
Valéria poderá recorrer em liberdade, de acordo com a sentença. Os demais réus tiveram mantida a prisão preventiva por conta do histórico de crimes praticados em outras ocasiões e prisões anteriores.
Trio de roubos em série
A ação do MPF e a sentença citam fatos de outros assaltos praticados à mesma agência dos Correios, em 2016, por membros do mesmo grupo criminoso.
Os mesmos réus também foram condenados em outra ação penal (3811-10.2017.4.01.3200) por assalto realizado na agência dos Correios na cidade de Presidente Figueiredo (a 117 quilômetros de Manaus), poucos dias após a ação em Rio Preto da Eva, durante o qual acabaram presos.
A prisão do trio, e de mais um homem, foi feita pela Polícia Civil em 19 de janeiro de 2017. Na foto divulgada pela assessoria da polícia aparecem os quatro presos.
Luís Cesar Paiva Machado, 41, Marcelo Pires de Melo, 34, Oscar Célio da Costa Carneiro, o “Pará”, 28, e Valéria dos Santos Frutuoso, 19, foram presos, por participação no roubo onde levaram mais de R$ 140.000, da agência dos Correios, em Presidente Figueiredo.
“É importante acentuar que o modo de agir foi o mesmo, fizeram reunião na casa de Marcelo Pires, renderam um taxista, foram até a cidade com veículo de apoio e praticaram o assalto em Presidente Figueiredo. Da mesma forma agiram em Rio Preto da Eva”, destaca trecho da sentença judicial.
Foto: Divulgação/PC (arquivo)