Bolsonaro quer reviver Serra Pelada com mineraĂ§Ă£o em terras indĂgenas
Liberar os garimpos nas reservas indĂgenas Ă© uma antiga obsessĂ£o do presidente da RepĂºblica Bolsonaro, desde a sua chegada Ă CĂ¢mara como deputado federal

Publicado em: 10/02/2021 Ă s 13:23 | Atualizado em: 10/02/2021 Ă s 14:57
Na lista de 19 iniciativas legislativas prioritĂ¡rias para o governo que Bolsonaro entregou Ă CĂ¢mara na semana passada, o quinto item me chamou a atenĂ§Ă£o, mas nĂ£o teve muito destaque na mĂdia:
“”PL 191/2- _ MineraĂ§Ă£o em terras indĂgenas: regulamenta a exploraĂ§Ă£o de recursos minerais, hĂdricos e orgĂ¢nicos em reservas”.
Assinado pelo presidente no dia 5 de fevereiro do ano passado, quando o governo completava 400 dias, o projeto nunca seria colocado em pauta pelo entĂ£o presidente da CĂ¢mara, Rodrigo Maia.
Agora, com o CentrĂ£o finalmente no poder, a porteira foi aberta para passar a boiada na AmazĂ´nia, como queria Ricardo Salles.
Liberar os garimpos nas reservas indĂgenas Ă© uma antiga obsessĂ£o de Bolsonaro, desde a sua chegada Ă CĂ¢mara como deputado do baixo clero, em 1991. Em sua juventude, o presidente conta que chegou a trabalhar em garimpo.
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Reviver Serra Pelada
Diante do PalĂ¡cio do Planalto, no dia 2 de outubro de 2019, Bolsonaro subiu numa cadeira para falar a meia dĂºzia de garimpeiros de Serra Pelada que pediam a intervenĂ§Ă£o das Forças Armadas no antigo garimpo. AlĂ©m disso, E deu a senha, ao criticar as ONGs ambientalistas que defendem a preservaĂ§Ă£o da AmazĂ´nia:
“O interesse na AmazĂ´nia nĂ£o Ă© no Ăndio nem na porra da Ă¡rvore, Ă© no minĂ©rio”.
A epopeia de Serra Pelada, onde muitos garimpeiros morreram, arriscando a vida, subindo com pesados sacos de terra em escadas improvisadas, chamadas de “adeus, mamĂ£e”, eu conheço bem. NĂ£o Ă© de ouvir falar.
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Foto: Felipe Werneck/Ibama