Na lista de 19 iniciativas legislativas prioritárias para o governo que Bolsonaro entregou à Câmara na semana passada, o quinto item me chamou a atenção, mas não teve muito destaque na mídia:
“”PL 191/2- _ Mineração em terras indígenas: regulamenta a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em reservas”.
Assinado pelo presidente no dia 5 de fevereiro do ano passado, quando o governo completava 400 dias, o projeto nunca seria colocado em pauta pelo então presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Agora, com o Centrão finalmente no poder, a porteira foi aberta para passar a boiada na Amazônia, como queria Ricardo Salles.
Liberar os garimpos nas reservas indígenas é uma antiga obsessão de Bolsonaro, desde a sua chegada à Câmara como deputado do baixo clero, em 1991. Em sua juventude, o presidente conta que chegou a trabalhar em garimpo.
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Reviver Serra Pelada
Diante do Palácio do Planalto, no dia 2 de outubro de 2019, Bolsonaro subiu numa cadeira para falar a meia dúzia de garimpeiros de Serra Pelada que pediam a intervenção das Forças Armadas no antigo garimpo. Além disso, E deu a senha, ao criticar as ONGs ambientalistas que defendem a preservação da Amazônia:
“O interesse na Amazônia não é no índio nem na porra da árvore, é no minério”.
A epopeia de Serra Pelada, onde muitos garimpeiros morreram, arriscando a vida, subindo com pesados sacos de terra em escadas improvisadas, chamadas de “adeus, mamãe”, eu conheço bem. Não é de ouvir falar.
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Foto: Felipe Werneck/Ibama