BR-319: fila de caminhões com cargas já passa de 10 quilômetros no Igapó-Açu
O BNC Amazonas constatou no local uma fila de 10 a 15 quilômetros para travessia do rio de caminhões com cargas entre Manaus e Porto Velho

Mariane Veiga
Publicado em: 22/09/2024 às 19:06 | Atualizado em: 23/09/2024 às 09:19
A situação na travessia do rio Igapó-Açu, no km 260 da BR-319, na parte do Amazonas da rodovia, está se agravando a cada dia.
O BNC Amazonas constatou no local uma fila de 10 a 15 quilômetros para travessia do rio de caminhões com cargas entre Manaus e Porto Velho, em Rondônia.
Aproveitando o verão amazônico, com estiagem de chuvas na região, os transportadores aumentaram a frota circulando.
Contribuiu também para esse maior fluxo no tráfego a queda na restrição de limite de peso bruto do veículo e carga para além de 23 toneladas.

Contudo, um novo problema precisa ser resolvido para suportar essa situação: pontes e balsas de travessia dos rios e igarapés ao longo dos quase 900 quilômetros entre as capitais. Dessa extensão, cerca de 500 quilômetros são sem infraestrutura nenhuma, sobretudo de pavimentação.
Não bastasse isso, a seca severa dos rios na Amazônia, entre os quais o Madeira, também atingem os seus afluentes entre Amazonas e Rondônia.
É o caso do Igapó-Açu, mas também os rios das pontes que caíram há dois anos, o Curuçá e o Autaz Mirim.
Conforme relatos de caminhoneiros ao BNC, alguns motoristas que transportam alimentos perecíveis aguardam na fila desde a última quarta-feira (18). A espera para embarcar está em 8 dias.
Dessa maneira, representantes do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos, por exemplo, temem que a situação afete o abastecimento de Manaus e Boa Vista.
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O que diz o responsável
O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) é o órgão do governo federal responsável pela manutenção da BR-319.
Conforme ‘Associação dos Amigos da BR-319’, o órgão disponibilizou uma rampa de acesso para que os veículos consigam acessar a balsa para travessia, mas como a questão da seca dos rios da região, as embarcações acabam encalhando por conta do peso, o que levou o Dnit a também disponibilizar maquinário para tentar conter a situação.
Entretanto, de acordo com relatos dos caminhoneiros, o trator do Dnit, que auxilia os caminhões a subir a rampa, quebrou e o maquinário que opera na região oferece o serviço particular no valor de R$ 200 por caminhão.
Fotos: Ronaldo Siqueira/especial para o BNC Amazonas