Na contramão da média do país, a violência letal contra indígenas cresceu 21,6% em dez anos. O levantamento é do Atlas da Violência 2021, que divulgado nesta terça (31).
Enquanto a taxa de homicídios no Brasil caiu de 27,2 mortos por cada 100 mil habitantes, em 2009, para 21,7, em 2019, no caso dos povos indígenas esse número subiu de 15 para 18,3/100 mil.
O Atlas, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Instituto Jones dos Santos Neves aponta para 2.074 óbitos indígenas registrados nesse período.
“Apesar da violência letal no Brasil ter caído 10,3% entre 2009 e 2019, a taxa de homicídio de indígenas cresceu nesse período”, afirmou à coluna Samira Bueno, diretora executiva do Fórum.
“A falta de interesse na fiscalização e proteção de terras indígenas, a exploração ilegal de madeira, o garimpo ilegal e as invasões para produção agropecuária contribuíram para o aumento da violência entre indígenas.”
AM na frente com número de mortes
De acordo com o relatório, Amazonas, Roraima e Mato Grosso do Sul são os estados com maiores números absolutos de mortes.
Contudo, se considerarmos a taxa de mortes por 100 mil habitantes, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte juntam-se a Mato Grosso do Sul e Roraima entre as unidades da federação em que a taxa entre indígenas é maior que a média geral da população.
“Os números e as taxas de homicídios apresentadas são expressões das vulnerabilidade vividas e do que se deve entender como risco de etnocídio, e mesmo de extermínio (genocídio), que os povos indígenas enfrentam cotidianamente”, afirma o Atlas da Violência.
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Foto: Ana Mendes/ Cimi