Conflito entre ianomâmis por conta do garimpo já causou 4 mortes
Duas pessoas também desapareceram durante o conflito entre indígenas da Comunidade Tirei e Pixahenabi

Mariane Veiga
Publicado em: 14/04/2022 às 13:48 | Atualizado em: 14/04/2022 às 13:48
Subiu para quatro o número de mortos em um conflito armado entre indígenas das comunidades Tirei e Pixanehabi, na Terra Indígena Ianomâmi.
Conforme o G1, o total de feridos já chegou a sete, segundo informação do presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami.
A informação foi confirmada por Hekurari, na manhã desta quarta-feira (13). Segundo ele, três mortos são da comunidade do Tirei e o quarto é da Pixanehabi. Inicialmente, a informação era de dois mortos e cinco feridos.
Além disso, Hekurari relatou que ao menos duas pessoas estão desaparecidas. Não há informação sobre o estado de saúde dos feridos, que segundo Hekurari, até o momento não foram resgatados.
“Trata-se de uma região de difícil acesso e nesse momento necessitamos de medidas a fim de evitar um possível massacre”, ressaltou Júnior Hekurari.
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Nesta quarta, Júnior Hekurari também relatou que as mulheres e crianças da comunidade Pixanehabi pretendem se esconder na floresta. Os homens vão ficar na comunidade e pediram que os garimpeiros não apoiem mais os ianomâmis da Tirei.
Motivação
O conflito entre comunidades aconteceu na segunda-feira (11) devido os indígenas da comunidade Tirei serem a favor do garimpo, inclusive, com alguns deles trabalhando na mineração, de acordo com o presidente do Condisi-YY.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a movimentação dos indígenas e sons de tiros. As duas comunidades ficam na região do Xitei, onde há forte presença do garimpo ilegal.
Nessa terça-feira, o Ministério Público Federal (MPF) afirmou que está “em tratativa com forças policiais” para organizar uma operação “de maneira urgente” na região em que as comunidades entraram em conflito.
A resposta do MPF veio após Hekurari pedir, em ofício, uma resposta do poder público.
O documento também foi enviado para a Fundação Nacional do Índio (Funai), que disse estar acompanhando a região do Xitei por meio das Bases de Proteção Etnoambiental (Bapes) na terra ianomâmi.
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Foto: Reprodução