CriaĂ§Ă£o de abelhas pode ajudar na preservaĂ§Ă£o da AmazĂ´nia
Projeto recebe R$ 2,03 milhões do Fundo AmazĂ´nia para criaĂ§Ă£o de abelhas no ParĂ¡ e AmapĂ¡

Publicado em: 27/08/2023 Ă s 09:59 | Atualizado em: 27/08/2023 Ă s 09:59
As abelhas melĂponas (espĂ©cie sem ferrĂ£o) podem ser agentes cruciais para ajudar na preservaĂ§Ă£o da AmazĂ´nia.
Elas sĂ³ estĂ£o vivas graças, em parte, aos recursos do Fundo AmazĂ´nia, que financiou o projeto do Instituto Peabiru que as espalhou por comunidades tradicionais da floresta no ParĂ¡.
A iniciativa da entidade recebeu recebeu R$ 2 milhões entre 2014 e 2017 do Fundo AmazĂ´nia e foi utilizada para construĂ§Ă£o de casinhas para as abelhas e demais ações.
O Peabiru buscou novos financiamentos com o Fundo em 2018 e chegou a ser selecionado para mais uma rodada de investimentos. Mas a possibilidade nunca se concretizou: o Fundo AmazĂ´nia foi paralisado pelo governo do entĂ£o presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, e congelou recursos para novos projetos, mantendo apenas repasses para ações jĂ¡ iniciadas.
Fundo AmazĂ´nia
O mecanismo, idealizado e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento EconĂ´mico e Social (BNDES), capta doações internacionais que premiam o bom desempenho do Brasil na reduĂ§Ă£o de emissões de diĂ³xido de carbono (CO2). Nessa conta, o desmatamento é o maior vilĂ£o – e o principal alvo para se derrubar as emissões.
Desde sua criaĂ§Ă£o, hĂ¡ 15 anos, o fundo jĂ¡ apoiou 653 instituições, impactando 241 mil pessoas envolvidas em atividades produtivas sustentĂ¡veis. No perĂodo, foram:
- R$ 3,4 bilhões em doações recebidas;
- R$ 1,8 bilhĂ£o de recursos alocados a projetos; e
- R$ 1,5 bilhĂ£o de recursos jĂ¡ desembolsados.
Ao todo, 75 milhões de hectares de Ă¡reas de floresta foram incluĂdas no manejo sustentĂ¡vel, segundo dados do fundo.
Recursos
O dinheiro, que provĂ©m de doadores internacionais – como os governos da Noruega e Alemanha – e nacionais – caso da Petrobras -, é calculado a partir das taxas de reduĂ§Ă£o do desmatamento previstas para a regiĂ£o.
Esses Ăndices se baseiam em informações do MinistĂ©rio do Meio Ambiente confirmadas pelo comitĂª tĂ©cnico do fundo, formado por cientistas e integrantes da sociedade civil.
Depois de ficar praticamente inerte por 4 anos, o mecanismo foi reativado em janeiro. O movimento das autoridades brasileiras Ă© pelo seu retorno de protagonismo em meio ao grande objetivo de mĂ©dio prazo: a COP 30, a ConferĂªncia do Clima que serĂ¡ realizada em BelĂ©m em 2025.
O financiamento ambiental estĂ¡ em alta na AmazĂ´nia, mas a ambiĂ§Ă£o do governo brasileiro Ă© organizĂ¡-lo e, sobretudo, potencializĂ¡-lo atĂ© a COP. ApĂ³s a CĂºpula da AmazĂ´nia, os paĂses aprovaram um documento cuja intenĂ§Ă£o Ă© captar US$ 100 bilhões por ano junto aos paĂses ricos.
A Noruega Ă© um dos maiores players nesta Ă¡rea, com financiamentos em diferentes paĂses. No Brasil, Ă© a maior financiadora do Fundo AmazĂ´nia. O paĂs, que foi duro com o governo anterior ao bloquear o uso dos seus recursos a partir da indicaĂ§Ă£o de mudanças na gestĂ£o do fundo, agora mostra mais otimismo.
Leia mais na matéria de Paloma Rodrigues no G1
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Foto: Paloma Rodrigues/TV Globo