Criada no Amazonas reserva para proteção do sauim de coleira

As florestas, onde vive pequeno primata em perigo crítico de extinção, estão sendo destruídas por desmatamento e queimadas, deixando a espécie vulnerável

Mariane Veiga

Publicado em: 06/06/2024 às 22:59 | Atualizado em: 06/06/2024 às 23:12

O presidente Lula da Silva (PT) assinou nesta quarta-feira (5) o decreto de criação da unidade de conservação federal “Refúgio de Vida Silvestre (Revis)” para preservar o habitat do sauim-de-coleira, um primata em perigo crítico de extinção. A ação foi em celebração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. 

Com área aproximada de 15,3 mil hectares, o objetivo da nova unidade é proteger áreas florestais relevantes para a conservação do sauim-de-coleira, favorecer a conectividade do seu habitat e promover práticas agrícolas compatíveis com a manutenção dessa espécie na natureza.

Essa categoria de unidade de conservação (Revis) não impõe restrições ao domínio privado dentro de seus limites, conforme as regras do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).  

O sauim-de-coleira é um pequeno primata em perigo crítico de extinção, último estágio antes de desaparecer para sempre do planeta. Esta espécie só existe nos municípios de Manaus, Itacoatiara e Rio Preto da Eva, no estado do Amazonas.

As florestas onde vive estão sendo destruídas por desmatamento e queimadas, deixando a espécie vulnerável a agressões, atropelamentos, eletrocussões e ataques de cães domésticos.

A situação é tão grave que a espécie está entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo, tanto nacionalmente quanto internacionalmente. 

Vivendo em pequenas famílias, com 2 a 13 membros, o sauim-de-coleira desempenha um papel importante em seu habitat, pois se alimenta de frutos e insetos, sendo um ótimo dispersor de sementes e ajudando no controle de pragas.  

Em 2011, o Instituto Chico Mendes criou o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira, com o objetivo de promover a conservação da espécie e de seu habitat, implementando ações para reverter a tendência de declínio populacional. O plano está em seu segundo ciclo e deverá ser renovado ainda em 2024.

Com informações do ICMBio.

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