Defender Amazônia na pólvora é só fantasia de Bolsonaro, diz Mourão

Presidente disse nesta terça (10) que 'apenas diplomacia' não é suficiente para lidar com ameaças de sanções devido ao desmatamento, em referência a declaração do presidente eleito dos EUA

Mariane Veiga

Publicado em: 11/11/2020 às 16:00 | Atualizado em: 11/11/2020 às 16:00

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (11) que é “figura de retórica” a defesa feita pelo presidente Jair Bolsonaro de uso de “pólvora” quando a diplomacia e a “saliva” não são suficientes para lidar com ameaças de sanções comerciais ao país devido às queimadas e ao desmatamento da Amazônia.

A afirmação de Bolsonaro, feita durante discurso nesta terça (10), no Planalto, faz referência a uma declaração do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

Ainda como candidato, Biden disse que o Brasil pode enfrentar “consequências econômicas significativas” se não parar de “destruir” a floresta.

Bolsonaro, porém, não citou o nome de Biden ao fazer a declaração na terça. Ele torceu publicamente pela reeleição de Donald Trump.

“Acho que não causa nada, isso aí tudo é figura de retórica”, disse Mourão ao ser questionado por jornalistas se a declaração de Bolsonaro pode trazer consequências ao Brasil.

Segundo Mourão, Bolsonaro se referiu a “aforismo antigo que tem aí, que diz que, quando acaba a diplomacia, entram os canhões”.

No entanto, na terça, ao se referir à Amazônia, Bolsonaro afirmou que “quando acaba a saliva, tem que ter pólvora”.

Do mesmo modo, o presidente eleito dos Estados Unidos não foi o único a se referir a possíveis sanções econômicas ao Brasil em resposta ao aumento do desmatamento e das queimadas. O Brasil é, portanto, alvo de críticas internacionais.

Conforme comunicado, países europeus divulgaram uma carta em que cobram de Bolsonaro ações para controlar a destruição da amazônica.

Dessa forma, a política ambiental do governo também tem dificultado a concretização do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia.

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Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República