Delegados entram em choque após prisão preventiva de Givancir Oliveira

Delegado adjunto providenciou a remoção do sindicalista para Iranduba; delegado titular quer ele de volta para Manaus

Casa motoristas Givancir Oliveira - presidente dos rodoviários

Neuton Correa, da Redação do BNC AMAZONAS

Publicado em: 01/04/2020 às 15:14 | Atualizado em: 01/04/2020 às 15:14

O titular da Delegacia de Polícia de Iranduba, Lázaro Ramos, e seu adjunto, Geraldo Eloi, entraram em choque nas últimas horas.

No centro do confronto, está o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Manaus, Givancir Oliveira (foto).

O sindicalista foi preso no município, na região metropolitana de Manaus, no dia 3 de março, suspeito de matar um rapaz de 24 anos e tentar contra a vida de um travesti, no dia 29 de fevereiro.

Givancir estava mantido em prisão em regime temporário e já havido sido removido para Manaus, após moradores da cidade terem tentado invadir o local onde foi preso.

Sem garantir sua integridade, a Polícia o transferiu para a capital.

Porém, ontem, a Justiça converteu a prisão temporária em preventiva.

E o delegado Eloi, segundo advogados de Givancir, sem autorização judicial, providenciou a remoção do sindicalista à delegacia de Iranduba, ontem.

Para a defesa, a decisão colocava em grave risco a integridade física de seu cliente e de policiais de Iranduba.

Hoje, no entanto, Lázaro Ramos, delegado titular, desautorizou seu adjunto e pediu que o juiz do caso providenciasse a remoção de Givancir para Manaus.

 

Medidas estranhas

Um dos advogados de Givancir estranhou o pedido judicial e comentou, apontando grave erro na transferência dele de volta para o interior:

“Interessante que para fazer a besteira de levar nosso cliente de volta para Iranduba não precisou de autorização judicial, mas para desfazer o erro, precisa. A responsabilidade pela integridade física do nosso cliente, em última análise, é do Estado, mas a responsabilidade administrativa e criminal para o que vier a acontecer com ele, será da autoridade policial que cometeu esse grave erro”.

A defesa também estranhou a demora do Ministério Público em apreciar a volta de seu cliente para Manaus, mas ter dando, em meia hora, o parecer pela preventiva.

“Desde ontem oficiamos o juízo do que aconteceu e do risco provocado pela remoção do nosso cliente para Iranduba, mas o magistrado encaminhou o pedido para apreciação do Ministério Público, que, até o presente momento ainda não se manifestou. Quando foi para oferecer parecer em favor da prisão preventiva, o Ministério Público o fez em cerca de meia hora, mesmo em período noturno e agora, quando existe risco iminente contra a integridade física e até contra a vida do investigado, não tem a mesma presteza”.

 

Foto: BNC AMAZONAS