Deputado pede a Marina investigação do ‘rio vermelho’ em Coari
Fenômeno, que espalha substância avermelhada no lago de Coari, está matando peixes, botos, arraias e outros animais que consomem a água

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 04/11/2023 às 17:57 | Atualizado em: 04/11/2023 às 18:15
A população do município de Coari, no Amazonas, (a 363 quilômetros da capital Manaus), que já sofre com os efeitos da seca histórica, também está assustada. Isso porque lago de Coari virou um “rio vermelho”.
Dessa forma, a substância avermelhada sobre as águas causando a mortalidade de várias espécies aquáticas, incluindo peixes, botos e arraias.
Porém, não se sabe, até agora, se o “rio vermelho” é um fenômeno natural, decorrente da vazante estrema. Ou se é consequência de acidente provocado por alguma substância. Até mesmo por causa da exploração de petróleo na bacia do rio Urucu.
O gasoduto Urucu-Coari-Manaus liga o polo Arara, localizado na região petrolífera de Urucu, em Coari, à refinaria Isaac Sabbá, em Manaus. O trajeto é 663,2 quilômetros, somado a 139,3 km divididos em nove ramais para Coari, que abastece sete municípios.
“Ninguém sabe o que é, mas é um fenômeno que está acontecendo somente no lago de Coari. É uma substância vermelha, que está matando todos os animais. Por enquanto, somente os animais aquáticos estão morrendo, mas não vai demorar muito para outros animais começarem a morrer. Isso porque muitos deles consomem essa água. Então, um grupo de especialistas está vindo a Coari fazer uma análise e várias pesquisas para saber o que está acontecendo em nossa cidade”, disse uma moradora coariense, que conversou por telefone com a reportagem do BNC Amazonas.
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Providências
Por conta disso, o deputado federal Adail Filho (Republicanos-AM) diz estar empenhado em enfrentar um fenômeno preocupante, que tem afetado o município de Coari.
De acordo com o parlamentar, após o surgimento dessa substância avermelhada, ainda não identificada, no Lago de Coari, a região tem enfrentado não apenas impactos ambientais, mas também prejuízos econômicos.
Consequentemente, com o objetivo de obter respostas e tomar medidas efetivas para proteger a fauna aquática e o ecossistema local, o Adail Filho protocolou requerimento, cobrando informações da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre as providências que devem ser tomadas diante desse problema.

Investigação
Além disso, o deputado citou renomados institutos e organizações não governamentais (ong) ambientais, como o Instituto Mamirauá, a Sea Shepherd, o WWF (Fundo Mundial da Natureza) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), para realizar uma pesquisa de monitoramento abrangente e identificar as causas desse fenômeno.
Conforme Adail Filho, o estudo conjunto visa não apenas identificar as causas do fenômeno, mas também propor medidas de conservação que minimizem os impactos negativos na fauna aquática.

Atividades humanas
“A união de esforços e conhecimentos é fundamental para enfrentarmos esse desafio ambiental em Coari. Estamos confiantes de que, por meio dessa pesquisa conjunta, obteremos informações valiosas que subsidiarão ações efetivas de proteção e preservação do ecossistema local”, destacou.
O deputado também reforça a importância da conscientização sobre os impactos das atividades humanas no meio ambiente e destaca a necessidade de medidas preventivas e de conservação para garantir a sustentabilidade dos recursos naturais no município de Coari e em todo o país.
Fotos: divulgação