O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes ) anunciou, nesta segunda-feira (14), que Itamarati – a 983 quilômetros de Manaus – é o mais novo município do Amazonas a receber o termo de cessão para o funcionamento de sua fábrica de gelo dentro do terminal de passageiros (IP4).
De acordo com o Dnit, são 17 terminais de passageiros instalados no Amazonas que possuem complexo frigorífico, composto de fábricas de gelo e câmara frias de armazenamento de pescado.
Atualmente, já são 11 fábricas em funcionamento e os demais 6 equipamentos voltaram a funcionar no final de dezembro de 2020. Entraram em operação as fábricas localizadas nos IP4 dos municípios de Carauari, Ipixuna, Guajará, Itacoatiara, Novo Aripuanã e Japurá.
As fábricas de gelo em operação têm capacidade de produzir quase 100 toneladas/dia do produto e suas câmaras frigoríficas podem armazenar 225 toneladas de pescado.
Em agosto de 2020, foi retomada a operação do frigorífico do município de Iranduba . Em uma área de 120 metros quadrados, a fábrica tem capacidade de produzir 20 toneladas de gelo por dia e capacidade de armazenar 50 toneladas de peixe.
Em setembro, foi a vez da fábrica de Boa Vista do Ramos, que tem capacidade de produzir 8 toneladas de gelo/dia e armazenar 20 toneladas de pescado.
Já em outubro de 2020, voltaram a funcionar os frigoríficos de:
• Itapiranga – 8 ton/dia de gelo e 20 toneladas de peixe
• Parintins/Vila Amazônia – 5 ton/dia de gelo e 13 toneladas de peixe
• São Sebastião do Uatumã – 4 ton/dia de gelo e 2 toneladas de peixe
• Tapauá – 20 ton/dia de gelo e 50 toneladas de peixe
• Beruri – 8 ton/dia de gelo e 20 toneladas de pescado
Em dezembro do ano passado, foi a vez do frigorífico de Canutama a entrar em operação. Com uma área de 120 metros quadrados, a fábrica tem capacidade para 20 toneladas de gelo e armazenamento de pescado de 50 toneladas.
Segundo o programa do Dnit, as fábricas de gelo ajudam na conservação por tempo maior do pescado, aumento do prazo de comercialização do peixe, favorecimento das condições sanitárias do produto e o aumento do desenvolvimento econômico local.
Terminais pesqueiros
O Dnit informou que Coari e Itacoatiara Antigo não foram incluídos no projeto das fábricas de gelo porque possuem apenas câmaras frigoríficas.
No município de Coari há pelo menos cinco fábricas de gelo, mas todas estão nas mãos da iniciativa privada.
De acordo com o secretário da Representação Municipal de Coari, Ildefonso Galindo Júnior, a prefeitura está buscando aprovação, junto à Caixa Econômica Federal, do projeto de um terminal pesqueiro para o município onde serão contemplados a câmara frigorifica, fábrica de gelo e uma área de beneficiamento do pescado.
“Toda essa infraestrutura vai permitir que o município entre no programa federal de distribuição de gelo gratuito aos pescadores e agricultores familiares de nosso município. Essa ação vai facilitar e baratear a produção de pescado e de outros produtos na cidade de Coari”, declarou Galindo Jr.
Os recursos, no valor de R$ 1 milhão, para o terminal pesqueiro de Coari virão de uma emenda individual do deputado Sidney Leite (PSD-AM).
No orçamento de 2021, quem foi contemplado por Sidney Leite, com uma emenda de R$ 1,6 milhão para a construção de um terminal pesqueiro, foi o município de Tefé.
Projeto das fábricas tem 18 anos
O deputado federal Silas Câmara (Republicanos-AM) lembra que ele foi um dos primeiros parlamentares da bancada amazonense fazer indicações e oferecer emendas ao orçamento da União para instalação de fábrica de gelo nos municípios.
O projeto foi iniciado ainda quando o ex-senador e ex-deputado federal Alfredo Nascimento era ministro dos Transportes.
“Dediquei uma emenda de bancada inteirinha para comprar fábrica de gelo em diversos municípios do estado do Amazonas. De todas elas, só estão funcionando as de Anamã e Anori. O grande desafio é manter esses terminais funcionando pois, 50% deles não estão por falta de manutenção, operação adequada ou por abandono do próprio Dnit, o é lamentável”, diz Silas Câmara.
Atendimento inadequado
De acordo com o deputado, esse programa de gelo gratuito no estado do Amazonas corresponde a praticamente a outro seguro-defeso por conta da economia que os pescadores conseguem ter ao conservar melhor seus produtos pesqueiros.
Para ele, os pescadores e agricultores familiares poderiam estar sendo melhor beneficiados se houvesse de fato atendimento e o cuidado correto na operação dessas fábricas de gelo.
“Estamos com vários problemas no interior do estado, inclusive nos terminais de passageiros. Estão interditados o de Humaitá e Manicoré, assim como apresentam problemas os terminais de Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença e Tonantins. O nosso grande desafio, portanto, é fazer funcionar toda essa infraestrutura existente no interior do nosso estado”, ressaltou Silas Câmara.
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