Os consumidores de energia do Amazonas são os mais impactados pelos furtos na rede elétrica, popularmente conhecidos como “gatos”. Segundo um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), divulgado na última quinta-feira (18/7), os amazonenses pagam até 13,4% a mais em suas contas de luz devido a esses furtos.
Impacto nas contas de luz
A análise da Aneel revela que os clientes da Amazonas Energia são os que mais sofrem com os custos adicionais decorrentes dos furtos e fraudes.
Em comparação, os consumidores da Light, no Rio de Janeiro, ocupam a segunda posição, seguidos pelos clientes da Equatorial, no Amapá.
Esses números destacam a gravidade do problema nas regiões Norte e Sudeste do Brasil.
Por outro lado, os consumidores que menos pagam pelos furtos são aqueles atendidos pelas seguintes distribuidoras, todas com custos abaixo de 1% nas tarifas:
Energisa Tocantins
Neoenergia Elektro
CPFL Santa Cruz
Neoenergia Cosern
Energisa Minas Gerais
Energisa Sul/Sudeste
O custo dos furtos
Em 2023, os furtos de energia no Brasil totalizaram R$ 9,9 bilhões, dos quais R$ 6,9 bilhões foram repassados aos consumidores nos processos tarifários das distribuidoras, conforme reconhecido pela Aneel.
Essas “perdas não técnicas” incluem furtos, fraudes e problemas de medição na rede elétrica, que são repassados parcialmente aos consumidores regulares.
A Aneel ajusta as tarifas das distribuidoras considerando tanto perdas técnicas quanto não técnicas. Se uma distribuidora não gerir bem suas operações, arca com a diferença entre o valor reconhecido pela Aneel e o valor real das perdas. Por outro lado, se a distribuidora atender aos critérios de eficiência, o repasse dos custos aos consumidores é maior.
Amazonas Energia e Light: um caso de estudo
A alta incidência de furtos nas concessões da Amazonas Energia e da Light está intimamente ligada à realidade socioeconômica dos estados do Amazonas e Rio de Janeiro.
Em 2023, essas duas distribuidoras foram responsáveis por 32,8% do total de furtos e fraudes na medição de energia no Brasil.
A situação financeira da Amazonas Energia tem sido particularmente desafiadora. Em novembro de 2023, a Aneel recomendou a extinção do contrato da distribuidora devido à sua incapacidade financeira de continuar prestando serviços no estado.
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Em resposta, o governo publicou uma medida provisória em junho deste ano, permitindo a troca de controle da Amazonas Energia, atualmente gerida pelo Consórcio Oliveira Energia.
Além disso, a empresa Âmbar Energia, do grupo J&F, manifestou formalmente sua intenção de comprar a distribuidora no último dia 12, sinalizando possíveis mudanças no cenário energético da região.
Em resumo, os furtos de energia elétrica continuam sendo um desafio significativo no Brasil, impactando diretamente os consumidores e revelando a necessidade de melhorias na gestão e fiscalização das distribuidoras para minimizar esses custos adicionais.
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