Aneel alerta para falta de energia no Amazonas com dificuldade de navegação
A seca histórica na Amazônia coloca em risco o fornecimento de energia em Manaus e regiões vizinhas, afetando o transporte de combustíveis essenciais para as usinas. Medidas emergenciais estão sendo adotadas.

Publicado em: 20/09/2024 às 11:07 | Atualizado em: 20/09/2024 às 11:07
A estiagem mais grave dos últimos 75 anos ameaça o abastecimento de energia na região de Manaus, onde vivem cerca de 2 milhões de pessoas, e coloca em risco o fornecimento de combustível para termelétricas. A situação foi alertada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que destacou a dificuldade de navegabilidade em rios da Amazônia, essenciais para o transporte de óleo e gás natural.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) monitora a situação, enquanto o Ministério de Minas e Energia acompanha ações emergenciais para evitar interrupções no fornecimento.
Em documento enviado ao ONS, a Aneel enfatizou que a seca no Norte tem agravado os riscos de encalhe de embarcações que transportam combustíveis, como no rio Solimões, onde parte do fornecimento para as usinas depende do transporte fluvial.
A principal rota de combustível, que sai de Coari (AM), enfrenta dificuldades devido ao nível baixo das águas, ameaçando o abastecimento de gás natural e petróleo.
O Ministério de Minas e Energia criou uma sala de monitoramento específica para acompanhar o abastecimento de combustíveis na região.
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Além disso, o Dnit anunciou o início das ações de dragagem no rio Solimões para reduzir os riscos de encalhe. No entanto, as operações começaram apenas na segunda quinzena de setembro, aumentando as chances de interrupções no transporte.
O Amazonas conta com 121 usinas térmicas para a produção de energia, e o aumento nos custos de transporte de diesel, utilizado em muitas dessas plantas, também tem pressionado os preços do frete. No estado vizinho do Acre, a seca comprometeu o transporte fluvial, levando à migração para a BR-364, uma rota terrestre mais longa e complexa, que vem sendo utilizada para manter o abastecimento em municípios como Cruzeiro do Sul.
A Bacia Amazônica, que enfrenta sua pior seca em 45 anos, tem registrado incêndios e um aumento dos focos de calor. Em 2023, até setembro, foram queimados quase 10 milhões de hectares de floresta, afetando severamente o bioma da Amazônia.
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Foto: Ronaldo Siqueira/Especial para o BNC Amazonas