A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas (FAMDDI), por meio de nota pública, pede às autoridades amazonenses e nacionais que se façam presentes, imediatamente, na região do Rio Abacaxis, em Nova Olinda do Norte.
As entidades dizem que no município está sendo realizada uma operação da Polícia Militar, “cujas consequências se revelam desde já drásticas aos moradores e com viés mais de vingança que de restaurar a ordem pública”.
Marcada por disputa de terras, pela exploração da pesca turística e pela disputa entre grupos de narcotraficantes, a região do Rio Abacaxis, de acordo com relatos feitos na mídia e em redes sociais, foi transformada em área de guerra, da exorbitância de poder da autoridade policial com atos de violência física contra líderes comunitários e indígenas.
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Diante da situação, que tem se intensificado nos últimos dias, a nota pública da FAMDDI pede as autoridades que atuem firmemente para as ações policiais, em possível confrontos com narcotraficantes, não extrapolem os limites legais.
E que sejam devidamente apuradas as mortes e as condições em que essas se deram.
Indígenas relatam que até este momento dois de seus parentes foram torturados e mortos e seus corpos jogados no rio.
Ações do Ministério Público
A Frente Amazônica de Mobilização em Defesa dos Direitos Indígenas pede ainda que sejam respeitadas e cumpridas as ações de autoria do Ministério Público Federal (MPF-AM).
O MPF solicitou providências para ampliar a presença de agentes públicos na região a fim de prevenir conflitos, buscar soluções e impedir o avanço do narcotráfico.
E ainda requereu adoção e observância de procedimentos policiais militares considerados ilegais.
Proteção aos direitos humanos
A FAMDDI intercede junto aos Poderes Legislativo e Judiciário para que agilizem medidas de proteção dos direitos humanos das populações de Nova Olinda do Norte a fim de coibir os abusos relatados por moradores, ribeirinhos e indígenas.
Outro pedido formulado na nota pública das entidades é que os meios de comunicação do Amazonas, do Brasil e internacionais passem a acompanhar de perto e divulgar os episódios no Rio Abacaxis.
“Pedimos, por fim, que representantes das instituições locais, nacionais e internacionais de defesa dos direitos humanos se façam presentes em Nova Olinda do Norte”.
Assinam a nota pública:
FÓRUM DE EDUCAÇÃO ESCOLAR E SAÚDE INDÍGENA DO AMAZONAS (FOREEIA)
ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UFAM (ADUA)
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO (CIMI)
SINDICATO DOS JORNALISTAS DO AMAZONAS
SERVIÇO AMAZÔNICO DE AÇÃO, REFLEXÃO E EDUCAÇÃO
SOCIOAMBIENTAL (SARES)
MANDATO POPULAR DEPUTADO FEDERAL JOSÉ RICARDO
SERVIÇO E COOPERAÇÃO COM O POVO YANOMAMI (SECOYA)
FEDERAÇÃO DO POVO INDIGENA KUMAMI-KUKAMIRIA
ASSOCIAÇÃO DE MULHERES INDÍGENAS DO ALTO RIO NEGRO RESIDENTES EM MANAUS (AMARN)
UNIÃO DOS POVOS INDÍGENAS DO VALE DO JAVARI – UNIVAJA
Foto: Divulgação/Redes Sociais