Após quase quatro meses de suspensão das aulas presenciais por causa da pandemia de covid-19, escolas privadas de duas cidades do país, Manaus (AM) e Duque de Caxias (RJ), foram autorizadas a reabrir.
Tiveram, porém, baixa adesão de pais e alunos, que preferiram ficar em casa para evitar os riscos de pegar — e transmitir — o coronavírus.
Na rede pública dos dois estados, ainda não há previsão para a volta.
Manaus entrou no quarto ciclo de retomada das atividades após queda no número de contágios e na taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de 90% para 45%.
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O Amazonas registrou até agora 2.938 mortes e 76.427 casos.
Em todo o país, até agora, são 65.556 óbitos e 1.626.071 casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa formado por O GLOBO, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo.
Rio de Janeiro
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a volta às aulas presenciais foi anunciada enquanto os números no município crescem em velocidade cada vez maior.
A cidade, com 3.360 casos, é a terceira do estado com maior número de mortos, 456.
A decisão para reabertura das escolas, por decreto, foi do prefeito Washington Reis, mas a maior parte das instituições escolheu permanecer fechada.
A decoradora Michele Santos, de 40 anos, mãe de um aluno do 3º ano do Jardim Escola Campeão, no Parque Duque, que não retornou as atividades, teme a propagação da doença:
“Já informei que, até o final do ano, meu filho vai ficar com aulas por vídeo. Ele tem problema respiratório, minha mãe tem 70 anos e é diabética”.
O sindicato dos professores considerou prematura a medida do prefeito.
Professores contrários
O presidente do Sindicato dos Professores da Rede Privada da Baixada Fluminense (Sinpro Baixada), Eduardo Monteiro, afirmou que ainda não existem indicadores que possibilitem ter segurança para voltar.
Sinepe-AM
Em Manaus, um documento elaborado pelo Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Privado do Amazonas (Sinepe-AM) orienta que os estabelecimentos funcionem de forma escalonada, respeitando os grupos de risco e as recomendações das autoridades de saúde.
Segundo a presidente do Sinepe, Elaine Saldanha, nem todas as escolas voltaram a funcionar segunda-feira (06).
As de menor porte optaram por iniciar o retorno com as creches e a educação infantil.
Já os estabelecimentos maiores receberam os alunos do ensino médio.
A entidade ainda não sabe dizer quantas das 60 instituições de ensino associadas ao sindicato retomaram as aulas presenciais.
“As escolas recomeçaram, mas com horários de entrada diferentes. É uma medida para evitar a aglomeração na porta. Além disso, há um revezamento de alunos em sala de aula. Estabelecemos também o ensino de forma híbrida. Ou seja, as turmas se dividem entre aulas presenciais e virtuais”, explicou Elaine.
Entre as medidas que constam no plano estratégico para retomada está a aferição da temperatura dos alunos, diz ela:
“Não existe obrigatoriedade, mas a maioria das escolas está fazendo. As instituições foram orientadas a instalar pias extras para que os alunos façam a higienização das mãos e a fazer um rígido controle de acesso aos banheiros”, destacou.
No Rio, aulas suspensas
No capital fluminense, as aulas estão suspensas até o dia 3 de agosto, conforme decreto do prefeito Marcelo Crivella.
Está prevista uma reunião amanhã para avaliar datas para a reabertura das instituições privadas.
Conforme levantamento da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), dez estados e o Distrito Federal estão com uma data sinalizada para a reabertura, e 14 estados estão sem definição.
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Foto: Raphael Alves/Agência O Globo