A dois dias da maior festa folclórica da região Norte, que deve receber mais de 100 mil turistas, o governo federal resolveu fechar o porto de Parintins. Além de não incentivar o turismo no Amazonas, cria uma dificuldade adicional para o meio de transporte mais usado no estado.
Trata-se de uma medida de surpresa que vai dar enorme prejuízo ao município, ao evento dos bois Caprichoso e Garantido e, principalmente, ao visitante da ilha.
Tal decisão foi tomada na manhã de hoje (22), pela administração da estação, que é do Dnit.
Até a Marinha do Brasil ficou surpresa com essa “contribuição” do governo para o festival que começa na sexta, dia 24, e dura até a madrugada de segunda (27).
“Novidade até para a Marinha essa posição porque o Dnit está com o certificado válido do porto até o dia primeiro de julho junto à autoridade marítima”.
Foi o que disse ao BNC Amazonas o comandante da Agência Fluvial da Capitania dos Portos de Parintins, capitão Washington de Souza.
Essa decisão surpreendeu tanto que o Governo do Estado interrompeu uma coletiva de imprensa para tratar segurança pública da festa e dedicou sua tropa a cuidar do assunto.
Nessa discussão houve estranhamento quanto a ausência de representantes do Denit.
O prefeito de Parintins, Frank Bi Garcia (União Brasil), vinha tentando evitar essa medida no momento mais importante para a economia da cidade.
Para ele, o motivo de segurança alegado não é cabível. Afinal, o porto opera parcialmente, apenas para embarque e desembarque de passageiros, há pelo menos uns três.
As balsas que formam a estação não recebem manutenção há pelo menos 16 anos.
Portanto, o governo de Bolsonaro teve tempo mais que suficiente para resolver as deficiências do porto mais importante do baixo rio Amazonas.
É por isso que a decisão do Dnit, que deve ser anunciada em portaria no diário oficial, é criticada e contestada.
Capitão Whasington Souza, comandante da Marinha em Parintins
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Porto abandonado
Nesses três anos de interdição, os barcos não podem fazer carga e descarga de mercadorias.
São obrigados a deixar os passageiros e procurar porto improvisado para descarregar ou carregar as cargas.
Além de aumentar os custos da viagem, a administração do porto causa mais dificuldade para a economia de Parintins.
Em suma, esse fechamento coroa o desprezo com que é tratado o portal de entrada do Amazonas na divisa com o Pará, na interligação dos portos de Santarém e Itacoatiara.
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Fotos: BNC Amazonas