Os julgamentos em júri popular dos acusados de promover o final de semana mais sangrento da história de Manaus, de 17 a 19 de julho de 2015, quando oficialmente 34 pessoas foram executadas nas ruas da capital e outras vítimas de tentativa de homicídio, devem começar em julho, informou nesta sexta, dia 23, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).
A 3ª Vara do Tribunal do Júri, cujo titular é o juiz Mauro Antony, informou que seis processos estão prontos para julgamento dos réus. De 21 acusados, dez já vão sentar no banco dos réus.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), os réus são acusados de crimes de homicídio (tentados e consumados), prática de grupo de extermínio, entre outros, nas ruas de Manaus.
Os que serão julgados em júri popular são:
– Dorval Junio Carneiro de Mattos, Bruno Cezanne Pereira e Klebert Cruz de Oliveira (processo 0500042-45.2016). Vítimas: Carla Didia de Sousa Santos, Fabrício de Oliveira Cavalcante e Anderson Sales Soares.
– Magno Azevedo Mafra (processo 0500045-97.2016). Vítima: Henrique dos Santos Nascimento.
– Dorval Junio Carneiro de Mattos, Bruno Cezanne Pereira, Sílvio José Silva de Oliveira e Adson Souza de Oliveira (processo 0500040-75.2016). Vítimas (tentativa de homicídio): Valberson de Jesus Ferreira, Valdson de Jesus Ferreira e Edney de Freitas Avinte.
– Ítalo Gutemberg Macedo Ferreira, Janilson Monteiro da Frota, Rogério Pinheiro de Freitas e Bruno Cezanne Pereira (processo 0500044-15.2016). Vítimas: Roberto César Amaral dos Santos, Emerson Lopes de Jesus e Paulo de Almeida Ramos.
– Janilson Monteiro da Frota, Rosemberg Martins Bezerra, Germano da Luz Júnior e Bruno Cezanne Pereira (processo 0500033-83.2016). Vítimas (tentativa de homicídio): Nélio Ramos da Fonseca Júnior, Graziano dos Santos Vitorino e Leonardo Lopes dos Santos.
– Janilson Monteiro da Frota, Bruno Cezanne Pereira e Germano da Luz Júnior (processo 0500104-85.2016).
De acordo com Mauro Antony, cada processo pode levar mais de um dia para ser julgado devido à quantidade de réus e a complexidade do caso. “Esses processos são muito complexos e considero que estamos conseguindo finalizar a fase de instrução em tempo recorde”, disse.
O magistrado disse que até o fim deste ano todos os processos oriundos da operação estarão prontos para julgamento.
Provas
As investigações foram feitas em conjunto pelas polícias Militar e Civil na operação Alcateia, que detectou que os assassinatos daquele final de semana começaram após o homicídio do sargento PM Afonso Camacho, na tarde do dia 17, uma sexta-feira, em Manaus.
No primeiro dia da operação, em 27 de novembro de 2015, 15 pessoas foram presas, sendo 12 policiais militares.
Na sentença de pronúncia, o juízo verificou que há indícios suficientes de autoria e participação. Há ainda pelo menos outros seis processos em andamento.
A operação Alcateia
A operação Alcateia foi realizada em conjunto pelas polícias Militar, Civil e Federal, com participação da Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-AM.
Foto: Divulgação/TJ-AM