Sob críticas constantes pela falta de ajuda para as populações indígenas , a Funai (Fundação Nacional do Índio) anunciou nesta quinta-feira, dia 27, a entrega de 1.650 cestas básicas para o povo Yanomami da região de Barcelos.
Segundo o órgão, desde o início da pandemia, já foram entregues na região do Rio Negro mais de 13 mil cestas de alimentos para diferentes etnias e liberados quase R$ 2 milhões para ações de proteção às comunidades.
A Funai comunica que a iniciativa beneficia 15 aldeias e tem o intuito de contribuir com a segurança alimentar das famílias durante a pandemia de covid-19.
Além das cestas, serão entregues 600 ferramentas, entre machados, terçados e enxadas, utilizados em atividades tradicionais das comunidades. As entregas serão concluídas nos próximos dias.
“Os servidores da fundação vêm atuando também na conscientização junto aos indígenas, reforçando as medidas de prevenção e orientando para que eles evitem aglomerações e permaneçam nas aldeias”, diz nota distribuídas pelo órgão que tem o apoio da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena).
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Barreiras sanitárias
A fundação afirmou que em todo o país entregou 408 mil cestas básicas e investiu R$ 27,5 milhões no enfrentamento da covid-19.
Lembrou ainda que no mês de março suspendeu as autorizações para ingresso em Terras Indígenas e, atualmente, participa de 311 barreiras sanitárias para impedir a entrada de não indígenas nesses territórios.
O presidente do órgão, Marcelo Xavier, avisou que são mantidos na Amazônia 11 (FPE) Frentes de Proteção Etnoambiental , descentralizadas em quatro Pontos de Apoio e 20 (Bape) Bases de Proteção Etnoambiental, instaladas em 22 Terras Indígenas da Amazônia Legal.
“Essas unidades são fundamentais para a proteção física, pois funcionam de forma permanente, em escala ininterrupta de trabalho, e realizam ações contínuas de vigilância, monitoramento e fiscalização para coibir ilícitos nos territórios”, disse o presidente do órgão.
Isolados
Ele também anunciou que foram investidos cerca de R$ 7,5 milhões em ações de fiscalização e proteção territorial em áreas onde vivem indígenas isolados e de recente contato.
Foram 18 ações de combate a invasões e crimes ambientais em 21 Terras Indígenas. O órgão diz que impedir a circulação de invasores é a medida mais eficaz para evitar o contágio pelo coronavírus nos isolados.
“A prova de que as ações da Funai vêm sendo efetivas é que, até o momento, não tivemos nenhum registro de covid-19 entre povos isolados”, afirmou Marcelo Xavier.
Foto: Reprodução/ Site Socio Ambiental
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