A Fundação Nacional do Índio (Funai) diz que está apurando, internamente, o caso envolvendo o coordenador do órgão no Vale do Javari, no Amazonas, o tenente Henry Charles Lima da Silva, que estaria promovendo conflito entre os indígenas na região.
Áudios tornados públicos pelo jornal Folha de S.Paulo revelam que o militar encorajou o povo marubo a “meter fogo” em indígenas isolados na região numa reunião dia 23 de junho.
“Eu vou entrar em contato com o pessoal da Frente (de Proteção Etnoambiental) e pressionar: ‘Vocês têm de cuidar dos índios isolados, porque senão eu vou, junto com os marubos, meter fogo nos isolados’”, afirmou o coordenador.
Nesta terça-feira (27), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) pediu a imediata demissão do coordenado.
A entidade diz que a permanência dele é uma ameaça aos povos indígenas da região, em especial aos isolados, e “torna o governo corresponsável por suas declarações de incentivo à violência e ao genocídio.”
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Resposta
Em Brasília, o órgão foi questionado pelo BNC para saber que providências estão sendo tomadas diante do caso.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Funai informou que o caso está sendo apurado em âmbito interno.
Destacou que não compactua com “qualquer conduta ilícita, bem como com juízos açodados, emitidos antes que seja concluída a apuração dos fatos.”
“Cumpre ressaltar que a Política para Proteção de Índios Isolados e de Recente Contato é executada pela Coordenação-Geral de Índios Isolados e Recente Contato da Funai e, localmente, pela Frente de Proteção Etnoambiental Vale do Javari. O tema, portanto, não é de responsabilidade da Coordenação Regional Vale do Javari”, acrescentou.
Foto: Divulgação/Funai