Garimpo: peixes da Amazônia têm contaminação por mercúrio
Estudo mostra que em seis estados, os peixes que são consumidos apresentaram altos níveis de contaminação

Ferreira Gabriel
Publicado em: 30/05/2023 às 15:46 | Atualizado em: 30/05/2023 às 17:27
Estudo realizado nos principais centros urbanos da Amazônia, abrangendo seis estados e 17 municípios, revela que os peixes da região estão contaminados por mercúrio.
Os resultados mostram que peixes de todos os seis estados amazônicos apresentaram níveis de contaminação acima do limite aceitável (maior ou igual a 0,5 µg/g), estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a pesquisa, os piores índices estão em Roraima, com 40% de peixes com mercúrio acima do limite recomendado, e Acre, com 35,9%. Já os menores indicadores estão no Pará, com 15,8%, e no Amapá, com 11,4%. Na média, 21,3% dos peixes comercializados nas localidades e que chegam à mesa das famílias na região Amazônica têm níveis de mercúrio acima dos limites seguros.
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Roraima
O levantamento mostrou que em Roraima, segundo estado mais crítico, a potencial ingestão de mercúrio extrapolou de 5,9 a 27,2 vezes a dose de referência. Considerando os estratos populacionais mais vulneráveis à contaminação, mulheres em idade fértil estariam ingerindo até 8 vezes mais mercúrio do que a dose indicada, e crianças de 2 a 4 anos até 27 vezes mais do que o recomendado.
Mercúrio de garimpeiros
Para frear a contaminação, a principal recomendação dos pesquisadores é ter maior controle do território amazônico para erradicar os garimpos ilegais e outras fontes emissoras de mercúrio para o ambiente.
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Foto: Chico Batata/Greenpeace