Governo decreta calamidade pelo avanço da água do mar no rio Amazonas

Ribeirinhos do Bailique, na costa do estado, sofrem com a salinização da água do rio. Decreto prevê ações emergenciais para a região

Mariane Veiga

Publicado em: 22/10/2021 às 17:45 | Atualizado em: 23/10/2021 às 11:41

Foi decretada situação de calamidade pública na região do Arquipélago do Bailique, no litoral do Amapá, onde a população sofre com o avanço da água do mar no Rio Amazonas limitando a oferta de água potável para os ribeirinhos.

O anúncio do decreto foi feito na noite de quinta-feira (21) pelo governador Waldez Góes.

Os efeitos do decreto valem por 180 dias e contemplam a região do Bailique, distrito de Macapá, e áreas dos municípios de Amapá e Itaubal também prejudicadas pelo fenômeno, onde além da água salgada, convivem com o risco de erosão das encostas.

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“O decreto também permite a solicitação de reconhecimento federal do Estado de Calamidade Pública para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil visando o recebimento de recursos complementares para a realização de ações na área”, publicou o governador.

Na costa do Amapá, o Bailique, distante 12 horas de barco da capital, tem a população prejudicada pelos efeitos do Oceano Atlântico no dia a dia dos moradores.

O fenômeno que acontece durante o verão amazônico – a partir do 2º semestre – é natural, mas ribeirinhos relatam que nos últimos quatro anos, pelo menos, a intensidade da água salgada tem sido maior.

Um estudo do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá (Iepa) busca entender se a aceleração do fenômeno ocorre em função do desmatamento ambiental e do assoreamento do Rio Araguari, que desagua no Amazonas.

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Foto: Divulgação/Governo do Amapá