Governo federal manda máquinas para combater praga do cacau no AM

Mas a União não tem servidores no estado, sequer, para entregá-las aos cacauicultores. O Pará se apavora com isso

Máquina cacau

Neuton Corrêa, do BNC Amazonas

Publicado em: 08/08/2024 às 06:22 | Atualizado em: 08/08/2024 às 06:22

Cacauicultores do Pará estão apavorados com a iminente proliferação monilíase do cacaueiro (Moniliopthora roreri), que se aproxima do estado vizinho pelo Amazonas.

A doença, um fogo, é considerada mais virulenta e mais letal do que a vassoura de bruxa. Isso porque, enquanto a vassoura de bruxa ataca os galhos, o fungo contamina os frutos.

O fungo apareceu no Amazonas em 2023, no alto Solimões. Mas ele desceu o rio. Este ano, apareceu em Urucurituba. Ou seja: cada vez mais perto do Pará, maior produtor nacional de cacau.

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Contudo, as informações que os cacauicultores paraenses têm do Amazonas são de causar pavor.

Recentemente, eles ajudaram o Ministério da Agricultura a enviar para o Amazonas máquinas, equipamentos e fertilizantes para combater a doença. 

Esse material incluem:

– 10 motosserras,

– 5 motopodas, 

– 3 pulverizadores costal motorizado, 

– 10 pulverizadores costal manual, 

– 30 mil folhetos, 

– 20 mil folders, 

– 400 cartazes, 

– 200 baners e

– 1.500 kg de uréia. 

Além disso, material para proteção de operadores e peças de reposição do maquinário. Tudo custou R$ 240 mil.

Mas, apesar dessas providências, veio a constatação: não há gente para entregar essas máquinas aos produtores. Muito menos técnicos para distribuir folhetos nem para pulverizar os pés de cacau.

O escritório Manaus da Seplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira), vem sendo sucateado há décadas. A Superintendência de Agricultura nem consegue dar conta das liberações das mercadorias do Polo Industrial de Manaus. Faltam auditores agropecuários.

Se o cenário não mudar, literalmente, o futuro poderá ser de lavoura perdida.