Governo retira policiais do Vale do Javari e ameaças a servidores crescem

Recentemente, servidor foi seguido por mascarado em motocicleta e colombianos invadiram sede da Funai.

Governo retira policiais do Vale do Javari e ameaças a servidores crescem

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 20/09/2022 às 12:15 | Atualizado em: 20/09/2022 às 12:36

O governo Bolsonaro retirou policiais que foram enviados ao Vale do Javari para proteção dos servidores da Funai em Atalaia do Norte, no Amazonas.

A princípio, eram oito homens da Força Nacional, desde as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, isso com atraso e sem estrutura adequada em julho.

Conforme reportagem do site Brasil de Fato, no mês de agosto caiu para quatro agentes.

Já na quarta-feira, dia 8 de setembro, o número reduziu para dois policiais apenas.

Dessa forma, cresce a sensação de insegurança em uma região marcada pela associação entre o crime ambiental e o narcotráfico.

Sobretudo, o Brasil de Fato apurou com exclusividade que os números e se referem aos agentes que fazem a segurança na Coordenação Regional (CR) da Funai.

Essa sede do órgão está localizada na área urbana de Atalaia do Norte (AM).

Nesse sentido, os servidores da CR são os responsáveis por elaborar e colocar em prática os planos de fiscalização da Terra Indígena (TI) Vale do Javari.

Segundo a publicação, a área tem o tamanho de Portugal e é a segunda maior do Brasil.

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Do próprio bolso

Como resultado, a quantidade de viaturas da Força Nacional também diminuiu.

Além disso, em julho, servidores da Funai pagaram do próprio bolso uma balsa para levar três veículos até Atalaia do Norte (AM).

Assim, agora, não há homens suficientes para dirigir toda a frota. Duas viaturas estão paradas na sede antiga da Funai, aguardando serem enviadas de volta à Tabatinga (AM).

Portanto, essa única viatura em atividade é levada para abastecer em um posto de combustível na cidade vizinha de Benjamin Constant (AM), um trajeto de 30 quilômetros de estrada.

Dessa maneira, quando isso acontece, os servidores trabalham totalmente expostos, sem qualquer segurança, conforme testemunhou a reportagem.

Por exemplo, em Atalaia do Norte (AM), acumulam-se relatos de ameaças e movimentações suspeitas.

Na mais recente, câmeras de segurança da sede da Funai registraram um homem dirigindo uma motocicleta sem placa.

Ele cobria o rosto com uma máscara de tecido, deixando apenas os olhos à mostra. No vídeo, ele aparece seguindo um integrante da Funai que chegava ao trabalho.

Leia mais no Brasil de Fato.

Foto: Divulgação/Unijava