Hidrelétricas fazem peixes de até 3 metros na Amazônia desparecerem
Peixes da região e migratórios de longa distância da bacia amazônica não têm sido encontrados com facilidade devido impacto ambiental

Publicado em: 09/07/2021 às 15:08 | Atualizado em: 09/07/2021 às 15:10
De acordo com uma pesquisa, as hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (RO) diminuíram os peixes gigantes amazônicos e impactam especialmente os migradores, como a Dourada.
Entre 1995 e 2009, a queda foi de 74% no número de pescas da Dourada — e de 63% no total dos peixes migratórios de longa distância da bacia amazônica.
A pesquisa conclui que possíveis oscilações naturais foram somadas à intervenção humana. Assim, o preço aumentou no mercado, que vende menos e mais caro, e diminuiu no prato. Os resultados estão na revista “Fisheries Research”, de 2020.
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Bagres
A construção de hidroelétricas, na região Amazônia, dificultou ver os bagres por aí.
Esse peixe chega a pesar mais de 200 quilos, ter três metros e nadar milhares de quilômetros em “viagens” entre os estados de Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia e até a Bolívia e a região dos Andes.
Em meio a dificuldade de encontrar o gigante fluvial pesquisadores criaram um aplicativo para registrar aparições dos bagres — uma batalha vencida em uma longa guerra ambiental.
Porque existem peixes gigantes na Amazônia?
Dourada também está entre os gigantes migratórios da região e navega por uma área de 13 mil km na região, onde está 20% da água doce do mundo. Em ambas espécies, viagens são feitas para reprodução e desova.
A Dourada, com até 1,5 metro, retorna para o local onde nasceu para a desova.
Os “filhotes” (ou larvas) com 6 milímetros nascidos nos Andes “escorrem” pelo rio e percorrem até 11 mil km até voltar para a região amazônica
Os estuários, — entre rios e mar — a profundidade e a diversidade de 3 mil seres marinhos da Amazônia favorecem os peixes imensos. Em junho de 2021, um pirarucu com 2,9 metros e 220 kg foi pescado em Japurá, Amazonas.
A história da bacia amazônica remete há mais de 20 milhões de anos, quando os Andes “empurraram” os rios para o leste e originaram este maravilhoso mundo. Agora, porém, é o ser humano quem interfere neste cenário.
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Foto: Reprodução/ Facebook