Indígenas são maltratados na busca de serviços públicos no Amazonas
Cena não é de hoje: kanamaris, marubos e matis passam humilhações em Atalaia do Norte.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 05/02/2024 às 11:31 | Atualizado em: 05/02/2024 às 11:31
Indígenas são maltratados em Atalaia do Norte, interior do Amazonas, por semanas, até resolverem suas demandas por serviços cartorários e auxílios governamentais, entre outras.
Dessa forma, o Ministério Público Federal (MPF) esteve em Atalaia do Norte, na última semana, para avaliar a situação dos indígenas em trânsito na orla do município.
Conforme divulgou o g1, houve uma reunião com representantes da prefeitura para discutir as principais necessidades dos povos que se deslocam até a sede do município em busca de serviços públicos.
De acordo com a publicação, a visita faz parte de um inquérito instaurado pelo MPF para analisar a situação do povo Kanamari na orla da cidade.
Segundo o procurador da República Guilherme Leal, os indígenas – que também pertencem às etnias Marubo e Matis – saem de suas aldeias em direção à sede do município, em viagens que podem durar de 10 a 15 dias pelo rio
Conforme constatado pelo MPF, os indígenas pernoitam no porto da cidade, dormindo em suas canoas, em condições precárias, sem água potável e sem energia elétrica.
O objetivo da visita foi analisar presencialmente uma situação que perdura há anos em Atalaia do Norte, que é a mobilidade do povo Kanamari em trânsito. Há problemas estruturais, que envolvem inúmeros órgãos e agentes públicos, mas que devem ser resolvidos, para que haja o mínimo de dignidade dos indígenas que necessitam ir ao município, disse o procurador Guilherme Leal.
Além disso, o procurador também enfatiza que o MPF busca chegar a uma solução não apenas temporária. Mas definitiva, para que haja a melhoria da qualidade de vida dos indígenas em trânsito pelo município.
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Foto: EBC/divulgação