Inpe diz ao governo que satélite “não é apropriado” para Amazônia
O Inpe reuniu informações a respeito do satélite, desqualificou-o e questionou a não licitação, para entregar ao deputado Alessandro Molon

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 01/01/2021 às 15:26 | Atualizado em: 01/01/2021 às 15:26
O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) informou ao MCTIC (Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações) que o satélite-radar da banda X – nos mesmos moldes de um que o Ministério da Defesa estudava adquirir na época – “não é apropriado para o monitoramento do desmatamento na Amazônia”. O documento do Inpe foi protocolado em setembro.
Na quarta-feira (30), conforme coluna do Rubens Valente, do UOL, divulgou ontem (31), o Comando da Aeronáutica assinou o contrato com a empresa finlandesa Iceye pelo qual adquiriu um satélite-radar por US$ 33,8 milhões, ou cerca de R$ 175 milhões ao câmbio de ontem.
A Aeronáutica se recusou a informar a banda do aparelho, dizendo que o contrato é sigiloso por cinco anos, mas em outubro havia dito ao UOL, em resposta a um pedido via LAI (Lei de Acesso à Informação), que estudava adquirir um satélite-radar da banda X.
A banda é determinante para saber a capacidade de um satélite-radar, conforme especialistas. A banda L é considerada a mais sofisticada e cara. A banda X, a mais simples e barata.
As informações do Inpe sobre o satélite da banda X foram produzidas pela OBT-Inpe (Coordenação-Geral de Observação da Terra). Em seguida, enviadas ao MCTIC como subsídio para uma resposta que estava sendo elaborada pela pasta para ser enviada ao deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ).
O parlamentar havia feito um requerimento de informações após a publicação de notícias que revelaram um empenho de R$ 145 milhões no Ministério da Defesa.
Aeronáutica diz, por sua vez, que busca cumprir “objetivos da estratégia nacional de defesa”.
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Foto: reprodução/Terra Tavares