JBS é acusada de comprar gado de áreas protegidas da Amazônia
Questionada pela Anistia Internacional, a JBS respondeu que “não compra gado de qualquer fazenda envolvida na pecuária ilegal em áreas protegidas”

Ferreira Gabriel
Publicado em: 16/07/2020 às 13:09 | Atualizado em: 16/07/2020 às 13:09
Informe divulgado pela Anistia Internacional nesta quarta-feira (15) afirma que a empresa JBS, utilizou gados criados ilegalmente em áreas protegidas da Amazônia brasileira na sua cadeia de abastecimento. A princípio, a JBS é maior processadora de carne bovina do mundo.
A ONG acusa a companhia brasileira de não monitorar os seus fornecedores indiretos de gado bovino. Sobretudo, foi indicado em denúncia que alguns deles estão inseridos em um esquema de “lavagem de gado”.
Nesse processo, os animais criados em áreas ilegais são movidos antes da venda para fazendas intermediárias para fazer parecer que estavam em área legal. Dessa forma, acabam contornando os sistemas de monitoramento. A empresa nega.
A Anistia Internacional baseou-se em documentos oficiais de controle de saúde animal. A partir disso, os documentos mostram que a JBS adquiriu diretamente gado de uma fazenda na Reserva do Rio Ouro Preto, no Estado de Rondônia. Isso ocorreu em duas ocasiões em 2019.
Além disso, no ano passado, a JBS comprou repetidamente gado de dois agricultores que operam fazendas ilegais em áreas protegidas. Bem como fazendas legais fora das zonas restritas de criação.
“Um dos fazendeiros pasta ilegalmente gado na Reserva Rio Jacy-Paraná e outro no território indígena Uru-Eu-Wau-Wau (ambos em Rondônia)”, apontou a ONG.
Ao participar nos incentivos econômicos para o gado bovino criado ilegalmente em áreas protegidas, a JBS estaria contribuindo para abusos de direitos humanos dos povos indígenas e comunidades tradicionais residentes em reservas extrativistas, acusa a Anistia Internacional.
Questionada pela Anistia Internacional, a JBS respondeu que “não compra gado de qualquer fazenda envolvida na pecuária ilegal em áreas protegidas”. Além disso, a empresa afirmou que adota “abordagem inequívoca de desmatamento zero em toda sua cadeia de fornecimento”.
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Foto: Anistia Internacional
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