Laudo do assassinato de servidor da Funai no AM Ă© falho, diz PF

Caso é o de 2019, de Maxciel, em Tabatinga. Ninguém foi punido

Publicado em: 27/10/2022 Ă s 13:56 | Atualizado em: 27/10/2022 Ă s 14:44

A PolĂ­cia Federal (PF) concluiu que houve falhas na elaboraĂ§Ă£o do laudo que constatou as causas da morte do indigienista Maxciel Pereira dos Santos (foto), assassinado em 2019 na regiĂ£o de Tabatinga, no Amazonas.

A informaĂ§Ă£o consta do relatĂ³rio de exumaĂ§Ă£o do corpo do indigienista. A TV Globo teve acesso ao documento.

A PF exumou o corpo de Maxciel depois de a famĂ­lia do ex-servidor pĂºblico colher provas de que as autoridades foram negligentes na conduĂ§Ă£o do caso.

O relatĂ³rio da PF, finalizado nesta semana, apontou que a autĂ³psia foi realizada por profissionais aparentemente inexperientes.

No exame de 2019, os profissionais apontaram que Maxciel fora atingido por dois disparos de arma de fogo na cabeça. A nova anĂ¡lise da PF, entretanto, concluiu que apenas um disparo atingiu o indigienista.

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No documento, a PolĂ­cia Federal escreveu que encontrou “possĂ­veis desconformidades entre o exame pregresso e o que ora se realizou”.

“Maiormente, restou comprovado que o crĂ¢nio fora atingido por um Ăºnico disparo que incidiu sobre a regiĂ£o tĂªmporo-parietal posterior esquerda da calota craniana, seguiu trajeto de posterior para anterior e de baixo para cima, deixando o corpo atravĂ©s da regiĂ£o parietal direita da calota.”

Os investigadores esperavam tambĂ©m encontrar, alojada no corpo de Maxciel, a bala que o atingiu. Mas o projĂ©til nĂ£o foi encontrado pelos investigadores.

Os peritos federais ouviram tambĂ©m uma enfermeira que acompanhou os exames cadavĂ©ricos feitos no corpo de Maxciel em 2019, jĂ¡ que o mĂ©dico que conduziu o exame jĂ¡ faleceu. A profissional admitiu Ă  PF que autĂ³psia foi conduzida de “forma bastante precĂ¡ria”.

Segundo a PF, o depoimento da enfermeira ” deixa dĂºvidas quanto Ă  completude, Ă s regiões anatĂ´micas acometidas, Ă  coerĂªncia, senĂ£o, Ă  idoneidade, do procedimento pericial ad hoc conduzido”.

Agora, o Instituto de Criminalistica da PF vai fazer uma nova anĂ¡lise dos vĂ­deos de cĂ¢meras de segurança gravados Ă  Ă©poca do crime.

O objetivo Ă© realizar um tratamento nas imagens para buscar elementos que ajudem a identificar os responsĂ¡veis pela morte de Maxciel.

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Foto: ReproduĂ§Ă£o