A morte do compositor Emerson Maia, na madrugada desta sexta-feira (14), causou comoção em Parintins e em todo o Amazonas.
Mensagens de solidariedade à família do artista, uma das lendas do Festival Folclórico de Parintins, se espalharam pelas redes sociais.
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A diretoria do Boi Bumbá Garantido se manifestou em uma nota de pesar assinada pelo presidente, Fábio Cardoso, e pelo vice, Messias Albuquerque.
Além deles, o deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM) também emitiu nota de pesar, bem como o ex-senador João Pedro.
Veja as notas abaixo:
Garantido
“Tempos que ficaram para trás, gente que partiu para ficar, mas deixaram isso bem definido que o Boi Campeão da Terra sempre será o Boi Garantido”
É com imensa tristeza nação vermelha e branca, que comunicamos o falecimento do nosso poeta Emerson Maia, ocorrido nesta sexta-feira (14), em Manaus, aos 66 anos. Não há palavras para expressar o significado desse artista iluminado que tanto nos emocionou com suas obras de arte. Obras de amor! Obras da alma!
A história de Emerson Maia está entrelaçada com o que há de mais lindo na relação de um verdadeiro torcedor com seu Boi Bumbá amado. O expressar do amor pela vida, pela Amazônia, pelo Caboclo e pelo Garantido foi a forma de como querido Emerson Maia se eternizou em nossos corações. O nosso profundo lamento, solidariedade a família do nosso poeta, a família vermelha e branca e a cada um de nós que chora a perda inestimável, não apenas para a Baixa do São José, mas para a cultura amazonense e brasileira.”
Nota de pesar
A poesia está de luto. Com profundo pesar recebemos hoje a notícia do falecimento do parintinense Emerson Maia, um dos mais destacados poetas da nossa cultura. Compositor de toadas que ficaram eternizadas, como a épica “Lamento de Raça”, que nos anos 90 já denunciava as queimadas na Amazônia, Maia deixa uma obra insuperável que vai ficar na história e na memória dos amazonenses. Manifesto aqui minha solidariedade a familiares e amigos de Emerson Maia, que em vida tanto honrou nosso povo e nossa cultura. Ficam os versos de Maia como um grito de alerta.
O índio chorou, o branco chorou
Todo mundo está chorando
A Amazônia está queimando
Ai, ai, que dor
Ai, ai, que horror
O meu pé de sapopema
Minha infância virou lenha
Ai, ai, que dor
Ai, ai, que horror
Marcelo Ramos, deputado federal
Nota de pesar
“O índio chorou, o branco chorou, todo mundo está chorando…”
Dessa vez pela perda do poeta, deste grande homem de alma vermelha, do parintinense raiz, que se vai de forma tão precoce.
Parintins, o Amazonas e o folclore parintinense estão de luto com o falecimento de Emerson Maia, com quem compartilhei parte da minha adolescência, na Ilha.
A última vez que nos vimos, na sua marina, fumamos um charuto cubano e falamos de política, na companhia do também amigo Fred Góes.
Vou seguir a caminhada com a doce lembrança dessa tarde, em que passei com o Emerson, cantando suas poesias, sua música, seu expressivo e irretocável legado.
Externo todo e meu pesar e a minha solidariedade à família do Emerson e amigos enlutados.
Manaus (AM), 14 de agosto de 2020.
João Pedro Gonçalves da Costa
Foto: Divulgação