Macuxi diz que temia pela promoção da ideologia do “primitivismo”

Publicado em: 19/10/2019 às 08:00 | Atualizado em: 19/10/2019 às 09:41
O chefe da tribo amazônica Macuxi, Jonas Marcolino (foto), disse em recente conferência em Roma, na Itália, temer que a ideologia do “primitivismo” viesse a ser promovida no Sínodo da Amazônia, porque esta gerou conflitos na região desde a década de 1970.
De acordo com o site Acidigital, em uma conferência intitulada “Amazon: The Stakes”, organizada em Roma, em 5 de outubro, pelo Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (que faz parte do Movimento Tradição, Família e Propriedade do Brasil), Marcolino denunciou que uma “ditadura” de trabalhadores missionários que ensinam a teologia da libertação tentou impedir o desenvolvimento na região, mantendo assim os povos indígenas na pobreza e na miséria.
O líder, que passou de analfabeto para advogado e matemático, afirmou que essa promoção do “primitivismo” (uma ideologia de que as tradições e costumes indígenas pré-cristãos eram em sua maioria nobres e bons e deveriam ser conservados) trouxe conflito para a região desde 1970, acabando com tudo o que os primeiros missionários e povos indígenas conquistaram em termos de assimilação cultural positiva durante mais de um século.
“Muitos dos grandes líderes indígenas veem essa teologia como um nivelamento. Esses teólogos da libertação estão promovendo a ideia de que os índios que ainda vivem de maneira primitiva são muito felizes, vivem no paraíso etc., e desejam promover essa ideia para todos os outros. Mas isso não é verdade. É falso. Nós não estamos vivendo no paraíso. É uma vida muito dura; as pessoas têm insetos em todo o pé, morcegos em suas casas”, disse Marcolino em entrevista ao ‘National Catholic Register’ no dia da conferência.
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Foto: Edward Pentin/reprodução/Acidigital