Estudo coordenado pelo Centro de Pesquisas Epidemiológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aponta que 11% da população de Manaus, ou seja, mais de 200 mil pessoas podem estar contaminadas pelo novo coronavírus (covid-19).
O número é dez vezes maior que o oficial divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM).
O EpiCovid-19-BR é o maior estudo populacional realizado sobre o coronavírus no Brasil financiado pelo Ministério da Saúde.
“Esse número de Manaus é estarrecedor. Para se ter uma ideia, na Espanha, que foi um dos epicentros da pandemia na Europa, uma pesquisa similar encontrou 6% da população com anticorpos e em Manaus esse número é de 11%”, disse Pedro Hallal, coordenador do estudo.
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Hallal, explicou que em Manaus, a primeira cidade a completar a pesquisa por amostragem, o resultado apontou que mais de 200 mil pessoas tiveram ou têm infecção pelo novo coronavírus.
De acordo com o técnico, esses números são fundamentais para traçar políticas públicas de enfrentamento.
“Imunização do rebanho”
O prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB) chama atenção para o que dizem os especialistas e diz que ainda há muita luta pela frente.
“O resultado da pesquisa aponta que apenas 11% da população está, ou já teve, o novo coronavírus e a maioria é assintomática. Por outro lado, especialistas apontam que é necessário 50% da população se contaminar para chegarmos ao que chamam de ‘imunização de rebanho’, ou seja, ainda temos muita luta pela frente”, defendeu Virgílio.
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Ponto para Manaus
O EpiCovid-19-BR está sendo realizado em 133 municípios brasileiros.
A UFPel divulgou nota oficial explicando que vem encontrando resistência de gestores municipais de algumas cidades do Brasil, que impedem ou atrapalham a realização da pesquisa.
A nota diz, ainda, que “o Brasil mereceria que todos os gestores municipais, das 133 cidades incluídas na pesquisa, tivessem o mesmo comportamento da Prefeitura de Manaus, a cidade mais afetada pela pandemia no país e que, mesmo assim, foi a primeira na qual a coleta de dados foi encerrada”, cita parte do documento.