Manaus é a cidade com a maior expansão de áreas urbanizadas em assentamentos precários entre 1985 e 2021. Nesse período, uma área equivalente a 10 mil campos de futebol foi ocupada. As informações são do MapBiomas e do IBGE .
De acordo o MapBiomas e IBGE, 50 dos 62 municípios do estado do Amazonas possuem alguma ocupação em áreas de risco. Somadas, todas áreas urbanizadas em áreas de risco no Amazonas totalizaram aproximadamente 1.841 hectares em 2021.
Desta área de risco ocupada, 770 hectares se concentram em Manaus, o que representam 42% aproximadamente.
Especificamente na rua Pingo D’agua, no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, onde ocorreu a morte de oito pessoas devido a um deslizamento de terra, na madrugada da última segunda-feira (13), não havia registro de área de risco cadastrada pelo IBGE.
No entanto, a área encontra-se dentro de um assentamento precário conhecido e delimitado pelo instituto de geográfica e estatística. Pelos dados do instituto, o aumento da ocupação na área do desmoronamento foi evidente entre os anos de 2012 e 2022.
Segundo o prefeito de Manaus, David Almeida, na região afetada houve a remoção de quase todos os moradores e todas as casas. Cerca de 70% dessa população é da Venezuela, que “são cidadãos, seres humanos e nós queremos dar o aporte e sustentação a eles”.
Ainda de acordo com prefeito, todos os que estavam morando naquele lugar já estão cadastrados e, possivelmente, na construção dessas moradias eles serão contemplados.
Assentamentos precários
Os dados do IBGE revelam ainda grandes diferenças regionais principalmente no Norte, Nordeste e Sudeste onde se concentram a maior parte das cidades com os maiores crescimentos de áreas urbanizadas em assentamentos precários.
Dessa forma, Manaus lidera, em número, os chamados “aglomerados subnormais”, com 9.549 dessas acomodações precárias. É seguida por São Paulo (5.593), Belém (5.457), Rio de Janeiro (5.044) e Salvador, com 4.816 AGSN.
Veja o ranking das capitais brasileiras em relação a moradias precárias:
Manaus: 62 áreas de alto risco
No encontro com o presidente Lula e ministros, na última segunda-feira (13), o prefeito de Manaus, David Almeida, informou que hoje há 62 áreas de altíssimo risco na capital amazonense. Ele levou, inclusive os projetos facilitar a liberação dos recursos, estimados em R$ 208 milhões.
Por outro lado, Almeida informou que antes eram 79 as áreas consideradas prioritárias pela atual gestão do município de Manaus, no entanto, a gestão dele já fez a intervenção em 17 delas, sobrando 62 os locais de risco.
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“Essas áreas de risco, com problemas de contenção e ocupação irregular, estão espalhadas em todas as regiões da cidade de Manaus, no entanto, a maioria está localizada nas zonas Norte e Leste, onde ocorreu o desmoronamento com vítimas fatais. Vamos trabalhar nessas áreas, mas é muito importante a sinalização do governo com moradias e retomada do programa Minha Casa, Minha Vida”, declarou o prefeito de Manaus, declarou David Almeida, após se encontrar com Lula da Silva.
Pedido de 5 mil casas
Quando o presidente Lula perguntou a David Almeida sobre a necessidade de moradias, Manaus, o prefeito dizer que fez uma solicitação de aproximadamente 5 mil cassas porque há um déficit habitacional muito grande na cidade. Se essas moradias saírem, a gente resolve muito dos problemas de ocupações irregulares em Manaus”, declarou o chefe do Executivo Municipal.
Situação no estado
Em 1985, a área de risco com ocupação urbana no Amazonas era de aproximadamente 523 hectares e em 2021 chegou a 1841, um aumento de 1.319 hectares aproximadamente ou 3,5 vezes no período.
Manaus, sozinha, teve um aumento de 478 hectares em áreas de risco no mesmo período, ou seja, a capital Amazonense sozinha concentrou mais de 36% de toda a ocupação de área de risco no estado.
Ranking das 10 cidades amazonenses com maior ocupação em áreas de risco entre 1985 e 2021:
1. Manaus
2. Boca do Acre
3. Parintins
4. Anori
5. Ipixuna
6. Lábrea
7. Canutama
8. Benjamin Constant
9. Anamã
10. Tefé
Ainda que a maior área de risco ocupada esteja em Manaus, proporcionalmente, outros municípios do estado aumentaram este tipo de ocupação urbana em uma taxa muito maior do que a capital. Enquanto Manaus aumentou em 2,6 vezes, Silves por exemplo aumentou 56 vezes no mesmo período de tempo.
Foto: BNC Amazonas