Relatório da organização mundial Aldeias Infantis SOS aponta que uma em cada cinco pessoas vivem na miséria em Manaus. O número chega a 445 mil pessoas.
O levantamento, que será divulgado em dezembro, vai trazer recorte sobre os impactos da pandemia de Covid-19 na vida de crianças, adolescentes, jovens e famílias manauara.
A preliminar do relatório feito pela organização global Aldeias Infantis SOS revela que, em junho de 2022, Manaus contava com mais de 160 mil famílias vivendo em situação de extrema pobreza, correspondendo a cerca de 445 mil pessoas nesta situação (19,7% da população).
O diagnóstico é resultado da pesquisa promovida pelo Instituto Bem Cuidar (IBC), divisão de pesquisa e produção de conhecimentos da Aldeias Infantis SOS, concluída em julho e divulgada ontem.
O documento também leva em consideração dados sobre a promoção, proteção e defesa do direito da criança e do adolescente em Manaus. O relatório completo deverá ser divulgado no dia 6 de dezembro, mas os dados preliminares já preocupam.
O coordenador do Instituto Bem Cuidar e supervisor da pesquisa, cientista social José Carlos Sturza de Moraes, afirma que a capital do Amazonas vive um cenário de miséria e falta de escolas. Segundo o estudo, 40% dos estudantes entrevistados, de 20 escolas públicas, cuidam de outras pessoas da família, especialmente de irmãos.
“Em resumo, a proporção é de uma a cada cinco pessoas vivendo em situação de miséria na capital do Amazonas. Além disso, a falta de oferta adequada de escolas de educação infantil tem feito com que adolescentes e jovens e, muito provavelmente, crianças estejam cuidando de outras crianças na cidade, com todos os riscos envolvidos e comprometimento dos estudos desses estudantes”, destacou.
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Foto: Marcello Casal Jr./EBC