A ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva, anunciou a criação de uma sala de situação em Brasília para monitorar incêndios e seca nas regiões da Amazônia e do Pantanal. Este centro de controle, lançado nesta sexta-feira (14/6), visa acompanhar de perto a evolução das queimadas e a escassez hídrica que afetam esses biomas.
Marina Silva destacou que a sala de situação não focará apenas nos incêndios, mas também na seca, funcionando como um centro de monitoramento contínuo.
“Estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos uma ação preventiva, por entendermos que o custo de prevenir é sempre menor do que o de remediar”, afirmou a ministra.
Ela enfatizou a complexidade da situação, especialmente no Pantanal, onde há uma combinação de incêndios provocados pelo homem e incêndios naturais, dificultando as ações devido às áreas de difícil acesso.
Os incêndios no Pantanal aumentaram mais de 1000% nos primeiros seis meses de 2024 em comparação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, a bacia do rio Paraguai registrou uma seca recorde, com níveis de água mais de 2 metros abaixo da média.
A ministra Marina Silva fez o anúncio após uma reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, que está no exercício da Presidência devido à viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Europa.
A sala de situação será coordenada pela Casa Civil, com a participação dos ministérios do Meio Ambiente, Integração, Defesa e Justiça.
No total, 19 ministérios estarão envolvidos nas ações contra desmatamento, incêndios e seca.
Na próxima segunda-feira (17/6), os coordenadores da sala de situação se reunirão no Palácio do Planalto para discutir a simplificação das contratações de brigadistas e a aquisição de equipamentos, além da possibilidade de liberar recursos extraordinários para enfrentar a crise, que tende a se agravar no segundo semestre.
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Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, afirmou que a situação no Pantanal é inédita, com incêndios ocorrendo mais cedo do que em anos anteriores.
“Pela primeira vez, estamos com o Pantanal completamente seco no primeiro semestre”, disse Agostinho, mencionando que o Ibama contratou mais de 2 mil brigadistas para atuar nas áreas afetadas.
O ministro da Integração, Waldez Góes, alertou sobre a possibilidade de a situação na Amazônia também se tornar crítica, justificando a necessidade de planejamento contínuo.
Marina Silva acrescentou que a sala de situação poderá discutir ações para outras regiões que venham a sofrer com estiagens, como o Nordeste e o Sul do Brasil, devido às mudanças climáticas que já afetam o país de forma severa.
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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil