Diante do aumento de casos de arboviroses no estado do Amazonas, a deputada estadual Dra Mayara Pinheiro Reis (Republicanos) pediu urgência na tramitação e aprovação do projeto de lei nº 104/2024, de sua autoria, que prevê a implantação do método Wolbachia.
A Wolbachia é uma bactéria presente em cerca de 50% dos insetos, mas que não está presente no aedes aegypti.
Desse modo, o sistema inovador tem sido uma ferramenta importante no combate ao aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika, chikungunya e outras arboviroses.
Assim, o pedido da deputada Mayara ocorreu durante discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta terça-feira (12).
A parlamentar destacou a inovação do método Wolbachia que está em utilização em várias cidades brasileiras. Para ela, os resultados do método em outros estados demonstram a eficácia no controle e redução de casos de dengue e outras arboviroses.
Precisamos acompanhar a ciência e implementar ações eficazes aqui no estado para controlar e reduzir casos de arboviroses, como é o caso deste método. Por exemplo, em Niterói (RJ), uma cidade 100% de proteção pelo método Wolbachia, 75% dos casos de dengue tiveram redução. Outros estados já se planejam para implantação e o Amazonas pode fazer parte deste grupo pioneiro , afirmou Mayara Reis.
O método
Na prática, o procedimento consiste em liberar insetos com a Wolbachia na natureza para que eles se reproduzam com os aedes aegypti locais, estabelecendo assim uma população nova destes mosquitos.
Esses, já impregnados com a com bactéria Wolbachia são incapazes de desenvolver e transmitir não somente o vírus da dengue, mas também o vírus da zika, oropouche, chikungunya e febre amarela.
O método, tem origem na Austrália. No Brasil, é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde em parceria com governos locais.
As cidades incluídas na pesquisa são Niterói e Rio de Janeiro capital (RJ), Campo Grande (MS), Petrolina (PE), e Belo Horizonte (MG). Outros 6 municípios serão contemplados este ano, Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC).
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Casos no Amazonas
Segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), de janeiro até 07 de março foram notificados 15.401 casos de arboviroses, sendo confirmados 2.595 para dengue, 7 para Chikungunya, 14 para Zika, 1.809 para Febre Oropouche e 10 casos de Febre Mayaro.
Os municípios com maiores casos notificados de arboviroses são Manaus (6.085), Tefé (869), Manacapuru (854), Coari (655), Lábrea (654), Carauari (652), Iranduba (545), Tonantins (404), Envira (351) e Presidente Figueiredo (282).
Foto/divulgação