O agronegócio não precisa das terras da Amazônia para expandir sua produção no País.
A afirmação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é feita em um momento em que o Brasil volta a protagonizar números recordes de desmatamento na maior floresta tropical do planeta.
Esse avanço vem deixando a comunidade internacional em situação de alerta e expondo o País ao risco de perder investimentos.
O agro, diz Tereza, tem crescido nas áreas já desmatadas e a Amazônia, com seu clima e terras diferentes das demais regiões, não é atraente, além de não contar com infraestrutura logística.
“Não precisamos da Amazônia. E eu sou uma defensora intransigente de se zerar o desmatamento ilegal”, disse, em entrevista ao Estadão.
Leia mais
A ministra diz que parte das críticas ao País está relacionada aos interesses comerciais e de concorrência.
Ela também afirma que os bancos brasileiros deviam reduzir seus juros ao setor, em vez de criticar políticas ambientais do governo.
A ministra garante que o agro, em meio à pandemia, tem ampliado exportações e consumo interno.
Queimadas
A Amazônia brasileira registrou 2.248 focos de incêndio em junho de 2020, que o maior número observado para o mês em 13 anos. Em suma, os dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) foram divulgados nesta quarta-feira (1º).
Os números ainda apontam que as queimadas aumentaram 19,6% em comparação a junho de 2019. Nesta, foram registrados 1.880 focos.
Segundo o instituto, a média histórica para junho na Amazônia é de 2.724 focos de queimadas. Além disso, o número do último mês foi 17% menor do que essa média dos últimos 21 anos. Só que a região não registrava mais de 2.000 focos desde 2007, quando foram detectados 3.519 pontos de incêndio no bioma.
O aumento desperta dúvidas sobre a estratégia do governo do presidente Jair Bolsonaro. Sobretudo para combater as queimadas na região, depois do escândalo internacional provocado pelos incêndios de agosto de 2019.
Leia mais no Estadão Conteúdo
Foto: Wilson Dias/ ABr