A população de Borba, município distante a 150 quilômetros de Manaus, com mais de 42 mil habitantes enfrenta um cenário desolador em relação ao lixão.
Dados do Instituto Água e Saneamento revelam que a falta de coleta adequada e a destinação incorreta dos resíduos sólidos têm impactos devastadores na vida dos moradores.
Sob a gestão do prefeito Simão Peixoto, o município não dispõe de um aterro sanitário apropriado e sofre quase que diariamente com fumaças proveniente do lixão, localizado próximo à área urbana. Essa situação gera não apenas mau cheiro, mas também infestações de insetos, como moscas, e a presença abundante de urubus nas proximidades da área urbana.
Realidade vivida de perto pelo agricultor Adiel Oliveira, que precisa passar todos dias pelo ramal Novo Horizonte, para chegar no sítio onde trabalha. O ramal é o mesmo onde está depositado o lixão em Borba.
“É muito difícil passar por aqui e vermos essa porcaria que tá. Essa área (…) quando chove é maior o problema, tem que andar de bota, um fedor danado, eu já adoeci.” Reclamou o agricultor .
Esses fatores também contribuem para um ambiente propício ao surgimento de doenças respiratórias e de pele entre os habitantes. Doença inclusive citada por Adiel durante a entrevista. Ele afirma ter pego uma espécie de micose na região dos pés, e acredita ter adquirido no local. Na mesma realidade, Mariana Teles, moradora da comunidade do Querosene, próximo ao lixão, sofre constantemente com as queimadas feitas no local.
“Tem dias que acordo com minha casa infestada de fumaça, cheiro de plástico queimado. A gente não sabe quem é responsável por colocar fogo, parece que ideia é destruir o lixo com o calor, o medo é que isso se alastre”, disse.
“A fumaça proveniente desses lixões em sua maioria são tóxicas. O que pode ocasionar doenças pulmonares seríssimas como pneumonia, tuberculose e dependendo da alta exposição o desenvolvimento de câncer. Já contato com chorume do lixo, causa infecções bacterianas causando lesões na pele, além de outras doenças, dependendo do nível de exposição”, explicou a médica infectologista Ademara Sulivan.
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Foto: Divulgação