Mourão afirma a empresários que reforma tributária não mexe com ZFM
Vice-presidente da República fez debate com representantes da indústria, como Fieam, Cieam e CNI

Publicado em: 25/08/2020 às 07:22 | Atualizado em: 25/08/2020 às 07:37
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse nesta segunda-feira (24) que a reforma tributária não deve atingir, em um primeiro momento, a Zona Franca de Manaus.
O projeto está em discussão no Congresso.
“Minha visão, pelo que tenho conversado com o ministro Paulo Guedes, é que não haverá um avanço imediato em relação às isenções praticadas na zona franca de Manaus, pelas próprias características do projeto, do que é fornecido a partir daí”, disse o vice-presidente durante reunião remota com representantes da indústria do Amazonas.
“Eu vejo que existe muita pressão do centro-sul quanto ao setor de bebidas, mas não quanto aos demais setores”, disse Mourão.
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“Hoje não vejo preocupação. Esse desmame ocorrerá a partir do momento em que outras condições forem colocadas para que a produção no Amazonas se dê de forma sustentada e dentro de um custo aceitável”, acrescentou.
O polo Industrial de Manaus possui aproximadamente 600 indústrias de alta tecnologia gerando mais de meio milhão de empregos, diretos e indiretos, principalmente nos segmentos de eletroeletrônicos, duas rodas e químico.
A Zona Franca é um projeto de desenvolvimento nacional, amparada pela Constituição Federal, que conta com incentivos fiscais especiais com o objetivo de desenvolver um centro industrial forte no norte do país.
Mourão ainda afirmou que a Zona Franca poderá ter um papel importante na recuperação econômica do Brasil pós-pandemia.
Na avaliação dele, novas indústrias devem se interessar pelo Brasil em um cenário que ele chamou de “desglobalização”.
“Uma coisa que vai acontecer, e temos conversado muito, é que haverá uma certa desglobalização ocorrendo após o domínio do vírus, quando tivermos uma vacina. E o Brasil nessa hora vai ter que se apresentar como um parceiro confiável para receber essas indústrias que vão sair de determinados lugares e vir para perto dos seus grandes compradores”, disse.
“Nosso polo industrial de Manaus é um lugar que pode absorver a chegada de novas indústrias e temos que nos preparar para esse jogo, termos disponibilidade de energia, gente qualificada”, completou o vice-presidente.
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil