O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o desmatamento no mês de maio “caiu ao mínimo comparado com anos anteriores”. De acordo com ele, a princípio, seria um objetivo conquistado.
“O segundo (objetivo) é nós não permitirmos que no segundo semestre ocorram as queimadas na extensão que ocorreram no ano passado. Então a meta para o nosso governo é termos um número de queimadas inferior ao mínimo histórico”.
A princípio, a fala do vice na reunião ministerial de hoje, dia 9, não tem respaldo nas informações fornecidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo dados do sistema Deter, do Inpe, até o dia 28 de maio foram desmatados 641 km². Sobretudo uma área superior a extensão territorial de Porto Alegre (RS). Esta, portanto, possui 496 km². Nos últimos cinco anos, o número só é menor do que os 739 km² registrados em maio de 2019.
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Repercussão
“Inpe atrapalha previsão de pai Mourão. Na reunião ministerial o general pseudocientista disse que desmatamento na Amazônia em maio foi o menor. O Inpe, mundialmente reconhecido, diz que foi o maior em cinco anos. Em quem você acredita? Ditadura também falsificou”, disse o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Em nota, o Greenpeace Brasil disse que dados de satélite e o Inpe não mentem. “Mourão sim. Mesmo faltando três dias para fechar maio, foi o mês de maior derrubada da Amazônia no ano. Foram 612 km² de alertas de desmatamento”, diz a entidade.
Foto: Marcos Corrêa/PR