MP-AM acusa réus da chacina do “final de semana sangrento”

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 08/07/2019 às 19:14 | Atualizado em: 08/07/2019 às 19:14
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) atua na acusação dos três primeiros réus que começarão a ser julgados pela 3ª Vara do Tribunal do Júri de Manaus nesta terça, dia 9, suspeitos na chacina de pelo menos 34 pessoas em julho de 2015, em Manaus.
Bruno Cezanne Pereira, Dorval Junio Carneiro de Matos e Klebert Cruz de Oliveira são apontados como os autores das mortes de Fabrício de Oliveira Cavalcante e Anderson Sales Soares, e tentativa de homicídio de Carla Didia de Sousa Santos.
Eles serão julgados por homicídio duplamente qualificado e por associação criminosa.
A investigação dos crimes do que episódio que ficou conhecido no Amazonas como “final de semana sangrento”, de 17 a 19 de julho de 2015, foi feita pela operação Alcateia.
“Trata-se de uma investigação muito bem conduzida pela polícia, que produziu provas técnicas, aplicou quebra de sigilo, análise de whatsapp, celular, interceptações, prisões, dentre diversas técnicas policiais utilizadas, assim trazendo um vasto conjunto probatório”, disse o promotor de Justiça Igor Starling.
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As vítimas do primeiro julgamento
Anderson Sales Soares foi morto por volta da meia-noite e meia de 18 de julho de 2015, no bairro do Aleixo, zona centro-sul, em uma lanchonete.
Ele foi executado a tiros por dois homens que desembarcaram de um veículo Gol, de cor vermelha.
No dia 14 de setembro, uma semana depois de sair da prisão, por roubo, Fabrício de Oliveira Cavalcante foi morto no bairro Santo Agostinho, zona oeste.
A única que sobreviveu aos ocupantes do carro vermelho foi Carla Dídia Santos. Foi ela que deu a descrição que levou à acusação dos suspeitos pelo MP-AM.
A operação Alcateia
Depois das mortes de julho de 2015, muitas com suspeita de terem sido executadas em ações de extermínio, a polícia começou a investigar por meio da operação Alcateia.
Uma força-tarefa foi montada para os trabalhos com 130 policiais civis, militares e federais, envolvendo a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco/MP-AM) e apoio da Polícia Federal.
O alvo eram 12 policiais militares que atuavam em atividade típica de extermínio e que teriam agido em represália à morte do sargento da Polícia Militar Afonso Camacho Dias, ocorrida em 17 de julho de 2015, durante latrocínio no bairro Educandos, zona sul.
Três civis também foram investigados por auxiliar o grupo de extermínio. Foram cumpridos na Alcateia 15 mandados de prisão temporária e 16 de busca e apreensão.
Foram apreendidos seis carros, possivelmente usados para cometer os crimes, uma motocicleta, seis pistolas calibres .40 e .380, cinco revólveres calibre 38, uma escopeta, uma arma de choque e um quilo de cocaína.
Fonte: MP-AM
Foto: Reprodução/MP-AM