Na crise de saúde, 122 ianomâmis morreram em quatro meses

Mais da metade das vítimas são crianças atacadas por pneumonia e diárreia

Mariane Veiga

Publicado em: 23/05/2023 às 21:28 | Atualizado em: 23/05/2023 às 21:28

A terra indígena ianomâmi registrou 122 mortes em quatro meses de emergência em saúde pública. Do total, 67 das vítimas são crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos, ou seja 54,4%.

Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nessa’ segunda-feira (22).

Conforme o levantamento, a principal causa dos óbitos são por doenças infecciosas, como pneumonia e doenças diarreicas. Os idosos representam 30 do número total de mortes.

O território ianomâmi enfrenta uma crise humanitária sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal.

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Do número de mortes, 43 ocorreram em hospital e outras 78 dentro do próprio território.

A maioria das vítimas são do polo base Auaris, com 30 mortos, seguido de Xitei, com 10 e Surucucu, região de referência em saúde, com oito óbitos, seguido de Maturaca, também com oito mortos e cinco em Missão Catrimani. Outras 61 mortes ocorreram em locais não identificados.

Os dados apontam que das mortes, 54 foram por doenças infecciosas, 24 por causas externas, 16 por desnutrição, 16 por outras causa, 8 óbito neonatal e 4 doenças do aparelho digestivo.

A terra ianomâmi é o maior território indígena do país, com mais 10 milhões de hectares.

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Foto: Igor Evangelista/ Ministério da Saúde