Nebulização com cloroquina pode ter feito outra vítima no Amazonas

Deputado recebeu denúncia de que o tratamento aplicado em hospital de Manaus foi também usado em Itacoatiara

Mariane Veiga

Publicado em: 22/04/2021 às 18:31 | Atualizado em: 22/04/2021 às 18:56

Uma mulher de 71 anos, com coronavírus (covid), faleceu depois que recebeu várias sessões de nebulização com hidroxicloroquina. O caso aconteceu em fevereiro deste ano, em hospital público do município de Itacoatiara (a 260 quilômetros de Manaus).

Essa foi denúncia que o deputado estadual Dermilson Chagas (Podemos) afirmou ter recebido hoje (22).

Conforme sua afirmação, a morte da paciente ocorreu enquanto ela estava internada no hospital regional José Mendes.

Segundo ele, o hospital tem médico sem registro no conselho regional (CRM) e no Revalida (exame que valida diplomas médicos de fora do Brasil).

Por causa disso, Chagas pediu que os ministérios públicos Federal (MPF) e do estado (MP-AM) investiguem a denúncia.

Deputado quer investigação para apurar se outras pessoas faleceram por fazer nebulização com hidroxicloroquina

Além disso, mais de cem pessoas teriam morrido no hospital como decorrência da covid.

“É importante investigar todas essas mortes e descobrir se outras pessoas faleceram por fazer nebulização com hidroxicloroquina”, afirmou o deputado.

Esse medicamento é usado contra a malária e não há comprovação científica de eficácia contra o coronavírus.

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Mais vítimas do ‘tratamento’

Conforme o deputado, a Associação Médica Brasileira ajuizou ação na Justiça contra o Ministério da Saúde. O motivo é por ter enviado a Manaus a médica que aplicou clandestinamente a nebulização com cloroquina em pacientes que foram a óbito.

De acordo com Chagas, cinco pessoas morreram em Manaus por causa desse tratamento.

Fotos: Márcio Gleyson/Divulgação