O Amazonas registrou um crescimento de 148% no número de mortes em casa no período entre 16 de março a 8 de maio, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil . A média no país é de 10,4%.
A Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil ), que é a responsável pelo portal, diz que as mortes em casa aumentaram em quatro dos cinco estados que mais concentram vítimas por covid-19: São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Amazonas.
Esse mesmo fenômeno aconteceu na Itália e nos Estados Unidos, países epicentros da doença no mundo.
No Amazonas, no ano passado, foram registradas 543 mortes nas residências contra 1.347 este ano. Destes 1.276 morreram nos domicílios de Manaus.
Os números revelam uma subnotificação dos casos. Entre as vítimas, por exemplo, somente 13 foram confirmadas com coronavírus.
Os cartórios contabilizaram no Estado 13 vítimas por Síndrome Respiratória Aguda Grave; 16 por pneumonia; 46 por insuficiência respiratória, 13 por septicemia (infecção generalizada); 54 por causa indeterminada; e 1.202 para os demais óbitos.
Os dados do portal atribuem apenas uma causa a cada óbito, para que não haja dupla contagem.
A Associação Nacional informou à BBC que os números podem ser ainda maiores.
Segundo a entidade, o prazo de 24 horas para registro do falecimento, por exemplo, pode ser expandido para até 15 dias em alguns casos.
Os cartórios, por sua vez, têm até 8 dias para enviar os dados à Central Nacional, de acordo com a norma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ ).
Foto: Breno Esaki/Agência Saúde