O que você precisa saber para escolher sua ciranda em Manacapuru
Três cirandas disputam o título: Flor Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura.
Dassuem Nogueira, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 30/08/2024 às 16:55 | Atualizado em: 30/08/2024 às 16:55
O festival de ciranda de Manacapuru existe há 26 anos. Ocorre sempre no último final de semana de agosto, no verão amazônico. A estação é própria para aproveitar os vários balneários que existem no município.
Três cirandas disputam o título: Flor Matizada, Tradicional e Guerreiros Mura.
Cada uma representa um bairro, uma escola e um conjunto de valores que fazem seus torcedores se identificarem com elas.
Hoje, a ciranda Tradicional abrirá o festival a partir das 21:30 com o espetáculo Marangatu: uma odisseia amazônica.
Sábado (31/08), a ciranda Flor Matizada apresenta o tema “O alvorecer matizado: um voo pela vida”.
Domingo (01/09), a ciranda Guerreiros Mura encerra o festival com o espetáculo Sob o véu de Iacy.
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Ciranda Tradicional
A ciranda Tradicional nasceu na escola José Seffair, no bairro Terra Preta, considerado periferia de Manacapuru. É uma das mais antigas na disputa.
Suas cores são o vermelho, dourado ou amarelo e branco. Possuí 6 títulos. Atualmente, é a bicampeã do festival de cirandas, vencendo 2019 e 2023 – de 2020 a 2022 não houve disputa em função da pandemia de Covid-19.
Seu símbolo é uma coroa e, por isso, é chamada carinhosamente de Majestosa.
Os torcedores da Tradicional são chamados de etnia. A TOT (Torcida Organizada da Tradicional) é a mais antiga. E é pioneira em fazer um show a parte nas arquibancadas do Parque do Ingá.
A Tradicional, como diz o nome, se orgulha de manter as referências originais da ciranda de Tefé. O que se expressa pelo destaque dado nas apresentações aos personagens tradicionais, como Seu Honorato, Seu Manelinho, Mãe Benta, Constância, Caçador e Carão.
Suas cirandadas mais conhecidas são TOT e Maior tesouro, ambas do compositor Paulo Roberto, o Zinho.
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Ciranda Flor Matizada
A ciranda Flor Matizada é uma das mais antigas da cidade, criada no colégio Nossa Senhora de Nazaré, no centro.
Suas cores são o lilás e branco. Possui 10 títulos, o último foi conquistado em 2018.
Seu símbolo é uma flor lilás e está relacionado ao nome do município. A tradução do termo nheengatu Manacapuru é flor matizada, referindo-se a uma flor silvestre característica das várzeas que tem as cores lilás e branco matizados.
Seus torcedores são chamados de família, por isso sua torcida oficial se chama Família Matizada, a FAMA.
A ciranda se orgulha por prezar pela qualidade técnica e artística em suas apresentações.
Algumas de suas cirandadas mais conhecidas são Palco cirandeiro, dos compositores Zinho e Gamaniel Pinheiro, e Cordão da Alegria, do compositor Adriano Furtado.
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Ciranda Guerreiros Mura
A caçulinha das cirandas, nasceu na escola José Mota, no bairro da Liberdade, originado de uma ocupação.
Suas cores são azul, vermelho e branco. Seu símbolo é o desenho de um indígena Mura.
Seu nome é uma referência ao povo que é considerado um dos primeiros moradores da história recente de Manacapuru.
A Mura, como se abrevia, é a mais campeã do festival de ciranda, com 12 títulos. Venceu pela última vez em 2016.
Sua torcida é oficial se chama Raça Mura, sendo a única que possui uma representante nas apresentações, a garota raça Mura. Embora não conte pontos, ela participa do espetáculo em um momento especial.
Em analogia ao povo Mura, a ciranda valoriza a força guerreira, demonstrada nas coreografias de passos contundentes e tribais.
Além disso, se orgulha de ser popular, o que se expressa pela adoção do termo pitiú como identidade.
Por ser um bairro formado, inicialmente, por famílias de pescadores e peixeiros da feira da Liberdade, as outras torcidas diziam que seus cirandeiros fediam a pitiú, termo amazônico para designar o odor característico dos peixes.
Porém, a ciranda Mura adotou o termo positivamente e o integrou a sua identidade.
Sua cirandada mais conhecida é, justamente, Sou pitiú, dos compositores Gamaniel Pinheiro, Gleyson Andrade, Hemanyel Pinheiro e Jonas Maia.
Fotos: Dassuem Nogueira/BNC AMAZONAS