O Amazonas entrou em situação de transmissão comunitária da variante ômicron do coronavírus nesta quarta (19). A concentração dos casos é quase 100% em Manaus, mas o vírus já se espalhou para 12 municípios.
Dessa forma, essa linhagem já é responsável pela confirmação de 93% dos casos no estado, conforme a Secretaria de Saúde (SES-AM), via Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).
Dessa forma, a confirmação ocorreu após emissão de relatório de vigilância genômica do Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazônia).
Como resultado, das 589 amostras, 547 casos da infecção se confirmou pela ômicron. São 504 em Manaus, 24 do interior do Amazonas e 19 de outros estados.
Interior
Além disso, no interior do estado, os casos são de pessoas que residem em Itapiranga (5), Manacapuru (4), Parintins (4), Beruri (2), Itacoatiara (2), Iranduba (1), Apuí (1), Atalaia do Norte (1), Autazes (1), Lábrea (1), Nhamundá (1) e Urucará (1).
A análise considera sequenciamento de amostras coletadas entre 31 de dezembro de 2021 e 8 de janeiro de 2022, processadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM), coordenado pela FVS , e encaminhada à Fiocruz Amazônia para realização de sequenciamento genético.
A ômicron é considerada como “variantes de preocupação” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e apresenta evidências de induzir quadro clínico mais grave e aumentar a transmissibilidade da doença, principalmente, em não vacinados.
“A alta transmissibilidade da variante ômicron tem causado um expressivo aumento no número de contaminados em todo o Brasil nos últimos dias. Aqui são mais de 5.000% de aumento”, afirmou o secretário de Saúde do Amazonas (SES-AM), Anoar Samad.
Do mesmo modo, ele ponderou:
“Apesar dessa alta transmissibilidade, a ômicron não parece provocar tantos quadros graves, comparado à variante gama que nos atacou em janeiro do ano passado. O número de internações e óbitos deixa isso bem claro. As internações aumentaram cerca de 100%””.
Ao mesmo tempo, o secretário acrescenta que é preciso manter os cuidados básicos, como uso de máscara, distanciamento e uso de álcool gel, para o Amazonas atravessar esse momento sazonal de circulação de outros vírus.
“Não esqueçam: o importante é você completar o esquema vacinal. Provocar menos casos graves não significa não provocar casos graves. Vamos ficar atentos”, disse Samad.
Transmissão comunitária
A diretora-presidente da FVS, Tatyana Amorim, disse que, conforme estudo genômico da Fiocruz Amazônia, os novos casos detectados de covid-19, pela ômicron, não são de passageiros desembarcados em Manaus, vindos de regiões com transmissão comunitária da variante, nem de pessoas que tenham tido contato com esses viajantes.
Segundo ela, a transmissão já é comunitária.
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Foto: Tácio Melo/Secom