Ongs se unem para reagir a discursos “deslegitimadores” de Bolsonaro

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 03/12/2019 às 16:45 | Atualizado em: 03/12/2019 às 16:45
Um grupo de dez organizações não governamentais, as ongs, se reuniu nesta terça-feira, dia 3, para fazer um alerta do que chamaram agravamento dos ataques a organizações da sociedade civil no governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
De acordo com eles, há uma tentativa de “reprimir e restringir os direitos de associação, manifestação e expressão” no país.
Na reunião, representantes de ongs como a WWF, acusada de financiar incêndios na Amazônia, e Saúde e Alegria, a que teve quatro brigadistas acusados de promover queimadas em Alter do Chão, no Pará.
O discurso de Bolsonaro é o principal ponto destacado pelas ongs. Segundo elas, cria “um ambiente de extrema vulnerabilidade” contra as organizações.
Veem nisso “uma estratégia arquitetada para deslegitimar a atuação livre da sociedade civil brasileira que tem denunciado, desde o primeiro momento, as medidas autoritárias e antissociais do atual governo”, afirmou, em nota, a Associação Brasileira Organizações não Governamentais (Abong).
Questionam também medidas práticas do governo, como a tentativa de alterar a lei do decreto de garantia de lei e de ordem (GLO), para acrescentar o excludente de ilicitude nos períodos em que o decreto for acionado.
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Sobrou também para a Câmara dos Deputados e o Senado.
“O que a gente viu nesses últimos três anos é um intenso número de propostas legislativas que visam de alguma forma trazer controles restritivos ao direito de protesto”, afirmou uma coordenadora de ong.
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil