Com três novas Medidas Provisórias (MPs) de créditos extraordinários editadas nas últimas duas semanas, o governo ultrapassou a marca de R$ 500 bilhões destinados ao combate da pandemia do coronavírus (covid-19).
Dessa forma, o valor é próximo de 7% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2019.
Apesar do grande volume de dinheiro destinado para a pandemia, a aplicação dessas verbas se mantém abaixo de 50%.
Dos R$ 506 bilhões autorizados, apenas R$ 216 bilhões, menos de 43%, foram considerados executados.
Conforme os dados do Siga Brasil, plataforma de transparência do Senado, apenas os recursos já executados podem ser verificados e avaliados.
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Entre as medidas mais recentes está a MP 988, que libera R$ 101 bilhões para prorrogação do auxílio emergencial para famílias de baixa renda.
Originalmente previsto para durar três meses, o auxílio foi estendido para duas parcelas adicionais.
Segundo o levantamento, o Ministério da Cidadania, gestor do auxílio, é o órgão que mais tem recebido recursos.
Desse modo, foram R$ 260 bilhões desde o início da pandemia, dos quais R$ 124 bilhões, menos de 48%, foram executados.
De acordo com o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, entraves burocráticos explicam o uso apenas parcial das verbas disponibilizadas.
Tratam-se de processos de compra, contratação de pessoal, elaboração de portarias ministeriais e adesão de municípios, por exemplo.
Apesar de tudo, ele disse ao Senado, em audiência no fim de junho, que considerava “bom” o ritmo das despesas. De R$ 39,3 bilhões recebidos, a pasta executou até agora R$ 12,4 bilhões. Ou seja, 31%.
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Foto: Marcello Casal/Agência Brasil